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  10/03/2008
Edição Nº 1018 de 10 a 20 de Março de 2008
ARTIGO

Esquerda e direita na América Latina

Como julgar um governo hoje na América Latina? Como não se julgam as pessoas pelo que elas dizem que são, não se deve julgar um governo pelo que ele diz que é, nem pelo que se diz que ele é, nem tampouco pelo que gostaríamos que ele fosse.

Para julgá-lo, como se diz, objetivamente, é necessário definir quais os principais problemas que um governo deve enfrentar, para, então, julgá-lo em função dessa referência. E analisar sua política nos seus efeitos concretos, assim como o lugar e a função que ocupa objetivamente na luta política – esta, como síntese do econômico, do social e do ideológico.

No período histórico atual, o poder dominante se assenta sobre a hegemonia imperial norte-americana e o modelo neoliberal. Cada governo deve ser julgado pela medida em que se enfrente a elas e aja concretamente na construção de alternativas que as superem.

Por essa razão, os piores governos são os que, além de manterem modelos neoliberais, tratam de perpetuá-los mediante tratados de livre-comércio com os EUA, além de não participarem dos processos de integração regional, que permitem avançar na construção de um mundo multipolar.

Nesta lista estão os governos do México, do Chile, da Costa Rica e do Peru – que, recentemente, decidiram essa adesão – e da Colômbia – que pleiteia o tratado de livre-comércio com os EUA, mas teve sua solicitação rejeitada pela oposição dos democratas no Congresso norte-americano.
Entre os que não aderem a essa linha, há os que mantêm políticas econômicas neoliberais, mesmo com maiores ou menos adequações, como são os casos do Brasil, da Argentina, do Uruguai e da Nicarágua. Privilegiam os processos de integração regional, particularmente o Mercosul, e também o gasoduto continental, o Banco do Sul, entre outros.

Em outro grupo se situam países que romperam ou nunca haviam aderido ao neoliberalismo – como Cuba – ou que estão em processo de ruptura com o neoliberalismo – como a Venezuela, a Bolívia, o Equador –, que, além de participarem integralmente nos processos de integração citados, puderam criar um espaço superior de integração – a Alba –, em que cada país dá o que tem e recebe o que necessita, no melhor exemplo alternativo ao “livre-comércio” da OMC, como exemplo do que o FSM chama de “comércio justo”, um embrião do “outro mundo possível”.

No segundo grupo de países, a esquerda deve desenvolver uma ação e propaganda críticas em relação às políticas econômicas e a todos os outros aspectos vinculados a elas, apoiando o que esses governos tenham de políticas externas soberanas, de fortalecimento do papel regulador do Estado, de fortalecimento do mercado interno de consumo popular – enfim, de tudo que contenha algum caráter antineoliberal e anti-hegemonia imperial.

No terceiro grupo, a esquerda deve apoiar decididamente os processos em curso, com críticas, sempre dentro desses processos. Eles representam o que de mais avançado se tem na luta antineoliberal, não apenas na América Latina, mas em todo o mundo atualmente.

Daí a necessidade das mais amplas formas de mobilização, consciência política e organização, assim como de crítica construtiva, desde dentro desses processos. Nunca somar-se, conscientemente ou não, às posições da direita, sempre buscar fortalecer o processo, atuando desde o seu interior. Nunca a América Latina teve, simultaneamente, um número tão grande, diverso e expressivo de governos progressistas. Tem que saber zelar pela unidade interna da esquerda, pelo enfrentamento à hegemonia imperial dos EUA e ao neoliberalismo, e trabalhar na perspectiva de construção de uma América Latina pós-neoliberal.

Emir Sader – sociólogo político
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