O jornal Valor Econômico de sexta-feira, dia 9/5, trouxe uma matéria sobre suposta queda da lucratividade dos cinco maiores bancos do País (Bradesco, Itaú, Unibanco, Real-ABN e Santander) no primeiro trimestre de 2008 em relação ao ano passado.
No entanto, análise da subseção do Dieese na Contraf-CUT demonstra que a generalização feita pelo jornal está incorreta. Com exceção do Santander, todos os bancos apresentaram crescimento dos lucros líquidos.
Itaú e Real-ABN tiveram um crescimento menor em relação ao ano passado, o que no caso do Real se explica por um crescimento bastante atípico e acentuado em 2007 (82% de crescimento no lucro líquido). Já Bradesco e Unibanco tiveram um crescimento maior do lucro se comparar com o resultado obtido em 2007.
Dados do Banco Central demonstram que, de fato, ocorreu queda do spread durante o ano de 2007, que em janeiro daquele ano estava em 27,48% ao ano (taxa média entre os valores cobrados para pessoa física e jurídica), e alcançou 22,35% em dezembro. No entanto, em janeiro de 2008, a taxa tem um súbito aumento para 25,68%, e em fevereiro já estava em 26,11%. Esse valor é equivalente ao praticado em maio de 2007 (26,04%), ou seja, de uma hora para a outra, os bancos retrocederam praticamente nove meses em sua trajetória de queda no spread, ignorando a taxa Selic, cuja trajetória de queda só foi interrompida pelo BC em abril.
Crescimento do lucro líquido dos bancos no primeiro
trimestre em relação ao mesmo período do ano anterio
| |
2006 |
2007 |
2008 |
Lucro em 2008 |
| Bradesco |
27% |
11% |
23% |
2.102 milhões |
| Itaú |
28% |
30% |
7% |
2.043 milhões |
| Santander |
41% |
21% |
-31% |
388,11 milhões |
| Real-ABN |
Não encontrado |
82% |
5% |
652 milhões |
| Unibanco |
30% |
12% |
28% |
741 milhões |
O valor negativo indica uma diminuição no lucro, não um prejuízo |