|
|
21/08/2008 |
 |
INFORME QUINTA-FEIRA, DIA 21/8 |
 |
|
|
Bancos querem aumentar juros dos empréstimos aos aposentados |
A voracidade dos bancos pelo dinheiro dos brasileiros parece não ter limites. A mais nova prova da gula é a pressão que vem sendo exercida por estas empresas pela flexibilização das regras do crédito consignado para aposentados e pensionistas. A edição do dia 19/8 do jornal Valor Econômico trouxe a notícia de que as empresas financeiras reivindicam o aumento do limite da taxa de juros, hoje fixado em 2,5% ao mês, para os aposentados do INSS que fazem empréstimo consignado nos bancos.
Os banqueiros argumentam que o valor estaria defasado por conta do aumento da taxa Selic, diminuindo a atratividade do consignado para as empresas. Análise da subseção do Dieese na Contraf/CUT mostra a falsidade da afirmação.
A taxa de 2,5% ao mês equivale, no ano, a 34,48%, ou seja, mais do que o dobro da taxa Selic, que está a 13% ao ano. “Assim, se considerarmos que os bancos remuneram os recursos de aplicadores de fundos de investimentos de renda fixa com base na taxa básica de juros, seu custo de captação continua sendo muito inferior ao custo do cliente que contrai empréstimos consignados”, explica Ana Quitéria, economista da sub-seção do Dieese no Sindicato dos Bancários de Brasília.
A trajetória do teto do consignado em relação à taxa Selic mostra que, se há alguma disparidade, ela favorece os bancos. Em outubro de 2006, quando a Selic estava em 13,75%, o teto era de 2,78%. A seguir, a taxa básica chegou a 11,25% em setembro de 2007, mas o teto caiu para 2,5% somente em março de 2008.
O crédito consignado teve um papel muito importante no crescimento econômico experimentado pelo Brasil desde 2004. O projeto originalmente negociado entre as centrais sindicais e o governo deveria servir para auxiliar os trabalhadores e aposentados a reestruturar suas dívidas, saindo dos juros absurdos do cheque especial e das financeiras e passando para taxas mais baixas. No entanto, os bancos utilizaram o consignado como mais um produto em sua carteira, empurrando empréstimos e incentivando seu uso para o financiamento direto do consumo, aumentando o endividamento dos trabalhadores e subvertendo a idéia original. |
|
|
|
|