|
|
10/09/2008 |
 |
INFORME QUARTA-FEIRA, DIA 10/9 |
 |
|
|
Política do HSBC para a América Latina colabora para demissão de bancários |
“Queremos deixar de ser uma federação de bancos para ser uma grande organização”. A frase, proferida pelo presidente da área de investimentos do HSBC, Luís Eduardo Assis, ao jornal Valor Econômico (edição do dia 4/9), refere-se ao objetivo do banco inglês de integrar suas operações de negócios espalhadas pela América Latina, onde tem uma presença forte. No entanto, mais do que integrar negócios, os trabalhadores esperam que o banco trabalhe também para integrar e igualar os direitos e condições de trabalho dos bancários.
O banco britânico possui uma rede de 4 mil agências em 14 países da América Latina, operações que já representaram cerca de 10% de seus resultados brutos globais. O crescimento acelerado da instituição na América Latina ganhou corpo no Brasil com a compra do Bamerindus, nascendo o HSBC Brasil, e depois engordou com a incorporação do CCF, do Lloyds e de parte das operações do Matone.
No Brasil, a política adotada pela instituição afeta diretamente aos bancários e clientes. Muitos trabalhadores vêem pedindo demissão em função da sobrecarga de trabalho, enquanto os clientes sofrem com o serviço precarizado. Levantamento publicado pelo Banco Central revela que o HSBC encabeça a lista de reclamações contra os bancos. Foram 17.564 reclamações, destacando o mau atendimento e a falta de fornecimento de documentos. O HSBC mantém-se campeão de reclamações desde abril até julho deste ano. Nem mesmo os lesionados estão isentos de uma possível demissão. Recentemente, três bancários em licença médica receberam telegramas em suas casas informando-os de uma demissão por justa causa. O banco utilizou como base o artigo 508 da CLT, que prevê demissão por dívidas para bancários, alegando cheques sem fundos. Porém, os bancários não possuem sequer talão de cheque. Contudo, mesmo afastados por doenças relacionadas ao trabalho, a instituição marcou as homologações.
Os principais pontos da campanha deste ano, expressos nos motes “Mais salários, mais bancários e melhor qualidade de vida”, atendem diretamente às demandas dos bancários do HSBC. A participação e mobilização de todos é indispensável para arrancar dos banqueiros melhores condições de trabalho e remuneração justa. |
|
|
|
|