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05/01/2009 |
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INFORME SEGUNDA-FEIRA, DIA 5/1 |
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Concentração de bancos no País cresce 50% |
A sequência de três grandes fusões ocorridas no segundo semestre de 2008 aumentou em mais de 50% a concentração dos ativos bancários no Brasil. Novas consolidações são previstas como resposta dos bancos que perderam espaço, como o Bradesco.
A própria crise financeira deverá acentuar a concentração na medida que houve uma fuga dos depósitos para os maiores bancos e as instituições públicas estão com as torneiras do crédito abertas, até sob pressão do governo.
No fim de 2007, os cinco maiores bancos brasileiros – Banco do Brasil (BB), Itaú, Bradesco, Real e Caixa Econômica Federal – concentravam 52,32% dos ativos bancários, o equivalente a R$ 1,3 trilhão, de acordo com dados do Banco Central (BC).
De lá para cá, o Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa; o Itaú se fundiu ao Unibanco; e o Santander adquiriu o Real. Com isso, esses bancos mais o Bradesco e a Caixa, que continuam nesse primeiro pelotão, passaram a concentrar 65,72% dos ativos bancários, o equivalente a R$ 2,04 trilhões, de acordo com os dados dos balanços de setembro divulgados pelo BC. Entre os dois períodos, o volume de ativos concentrado nos cinco maiores cresceu 53,85%.
Os analistas acreditam que os movimentos dos principais bancos vão desencadear novas consolidações. Depois que o Itaú e Unibanco, BB e Nossa Caixa e Santander e Real lançaram seus movimentos, os analistas apostam que o Bradesco poderá aproveitar o fato de que esses gigantes estarão concentradores em seus respectivos processos de integração e "expandir organicamente suas operações ou realizar pequenas aquisições para ganhar participação de mercado".
Mas, não dá mais para confiar inteiramente nisso. Quando perguntado se o Santander não levaria pelo menos um ano absorvendo o Real, que pertencia ao ABN AMRO, como estimavam os analistas, o presidente do grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, respondeu: "Quem dera. Não dá mais para esperar tudo isso". Em apenas cinco meses, a partir da aprovação da compra do ABN AMRO pelo banco central holandês, o Santander já integrou o Real nos aspectos de direção e gestão. Falta só unificar os sistemas de tecnologia da informação, o que vai ocorrer em 2010, quando então será possível integrar a rede de 3,5 mil pontos de venda, a base de 8,5 milhões de clientes, a prateleira de produtos e a marca, que será Santander.
Além das fusões, a própria crise tende a acentuar a concentração. Os depositantes preferiram transferir seus depósitos para os grandes bancos brasileiros, transferindo recursos que estavam aplicados em instituições médias e pequenas. Os principais beneficiados foram os bancos públicos, que puderem manter as torneiras do crédito abertas até sob orientação do governo. |
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