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23/01/2009 |
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INFORME SEXTA-FEIRA 23 01 2009 |
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Selic de 12,75% ainda é a maior do Planeta |
A redução da taxa Selic é bandeira história do movimento sindical. A corte de 1% por parte do Copom, embora maior do que o mercado financeiro defendia, já veio tarde e é menor do que o necessário para manter a economia crescendo.
"A sinalização de redução é positiva. Mas a Selic em 12,75% ainda é de longe a maior taxa de juros do planeta. Ela anda na contra-mão das políticas de corte de juros implementadas pelos bancos centrais do mundo inteiro e representa um imenso obstáculo para a manutenção do crescimento econômico em níveis razoáveis, imprescindível nesse momento de crise", critica Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf/CUT.
A crise financeira iniciada no mercado imobiliário norte-americano começou em setembro. Enquanto o mundo todo reduzia juros para evitar que a crise contaminasse a economia real, o BC brasileiro aumentava a Selic com o argumento de manter o controle da inflação. Em dezembro último, quando as evidências já apontavam para o desaquecimento da economia, o Copom manteve a taxa básica de juros em 13,75%, numa barbeiragem que custou a freada da produção em setores importantes da economia e, também por causa do oportunismo e da irresponsabilidade de segmentos empresariais, centenas de milhares de demissões de trabalhadores.
A prova de que a redução de 1% da Selic foi muito tímida é de que os bancos já estão captando recursos a 11,2%. "Os equívocos e o conservadorismo do BC mostram que a sociedade brasileira não pode mais aceitar a atual formatação do Copom, que age como linha auxiliar do sistema financeiro. É preciso rediscutir o seu papel e a regulamentação do Artigo 192 da Constituição", defende Carlos Cordeiro.
Comportamento mais nocivo que o do BC para a economia brasileira tem sido o dos bancos. Mesmo recebendo vantagens do governo para conceder crédito, como a redução dos compulsórios, os bancos empoçaram o dinheiro e aumentaram os juros e o spread, que "subiu a patamares inimagináveis e inadmissíveis para um país que precisa de crédito para crescer", como criticou nesta quinta-feira 22 o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega. |
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