|
|
02/02/2009 |
 |
INFORME SEGUNDA-FEIRA, DIA 02/02 |
 |
|
|
Corte de vagas afeta mais mulheres, jovens e negros |
Em tempos de crise, o desemprego também revela a sua face nas grandes metrópoles do País. E ela é majoritariamente feminina, preta ou parda, jovem e com pelo menos o ensino médio completo, segundo dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Sujeitas a um rendimento menor, mais voltadas para o emprego doméstico e com menor inserção no mercado de trabalho, as mulheres representaram, na média de 2008, 58,1% dos desocupados. O percentual em dezembro, quando a crise já havia se instalado, era de 58,4%. Em 2003 ficara em 54,6%. Elas ganhavam cerca de 70% do salário dos homens.
Considerando a escolaridade, cresce a cada ano a parcela de desempregados com mais de 11 anos de estudo. Era de 39,9% em 2003, passou para 52,9%, sob impacto do maior nível de escolarização no país e do ingresso das mulheres no mercado de trabalho (elas têm mais anos de estudo do que os homens). Em dezembro passado, o percentual avançou um pouco mais: 53,6%.
No retrato do desemprego cabe ainda um recorte por cor e raça: pretos e pardos, segundo o IBGE, eram a maioria ao final de 2008 (52,4% do 1,606 milhão de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas em dezembro de 2008).
De acordo com o gerente de Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo Pereira, em dezembro, quando o mercado de trabalho passou a sentir mais a crise, o perfil da desocupação pouco se alterou.
Contudo, ele diz que, se a renda ficar comprometida, haverá uma mudança mais forte, com o ingresso de mulheres e jovens no mercado de trabalho, engrossando as filas de agências de emprego.
“Quando há crise e o chefe de família perde o emprego, mais pessoas entram no mercado de trabalho para complementar o rendimento familiar. Isso pode se repetir agora”, explica. Azeredo Pereira avalia, no entanto, que o rendimento não deve ceder muito neste ano em razão do reajuste real do salário mínimo, importante vínculo dos salários mais baixos. |
|
|
|
|