O Bradesco, segundo maior banco do País, vai investir R$ 3,6 bilhões este ano, valor 35% superior ao do ano passado, apesar da crise financeira mundial. O vice-presidente e diretor de Relações com Investidores do banco, Milton Vargas, justificou o desembolso, ao afirmar que a instituição trabalha com uma perspectiva de longo prazo. O executivo prevê que, a partir de 2010, o Brasil vai conseguir crescer mais de 4% ao ano, ao longo dos próximos 10 anos. Otimista, Vargas afirma que o Bradesco tem estrutura para enfrentar a turbulência. Ressalta também que existe um contingente de aproximadamente 40 mil pessoas para ser incorporado ao sistema bancário nacional.
Não dá para ficar administrando no curto prazo, temos de olhar para frente ¬ observou. Segundo o executivo, o Bradesco historicamente recorreu a aquisições para ampliar a participação no mercado, mas no momento optou por uma estratégia de crescer organicamente. Com relação à maior regulação das instituições financeiras, Vargas acredita que haverá mudanças e que deverá ocorrer principalmente nos Estados Unidos e Europa. Também sugere que a fiscalização dos órgãos reguladores seja maior.
Porém, faz uma ressalva: "A desregulamentação trouxe muita coisa boa, as alavancagens foram importantes porque permitiram aumento da riqueza", comentou. Adverte, porém, que os abusos não podem ocorrer, principalmente quando se trata de fraudes. Também aconselha reforço da administração de risco, que é o ponto alto das empresas. "Houve abusos, mas o excesso de regulamentação não é uma coisa boa", afirma. Com relação aos ativos tóxicos, Vargas diz que a situação está se equacionando, ao comentar que foi um aprendizado e que as instituições financeiras fizeram o que achavam correto. Para o executivo, os bancos brasileiros não serão afetados pela crise devido à grande solidez e a uma administração que é bem regulada.
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