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09/02/2009 |
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INFORME SEGUNDA-FEIRA, DIA 09/02 |
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Empréstimos poderiam ser até 82% mais baratos |
O spread bancário, que é a diferença entre a taxa paga pela instituição financeira para captar recursos e os juros finais cobrados do consumidor, está na mira do governo, que vem estudando formas de forçar os bancos a reduzi-lo. Isto porque, se esta margem cair, as linhas de crédito ficam mais baratas. Mas qual seria o spread ideal no Brasil? A média hoje é de 45,1% ao ano. De acordo com Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa mais conveniente seria de 17,75% ao ano, em média, cinco pontos percentuais acima da taxa básica de juros (a Selic), hoje em 12,75% anuais. Dessa forma, o custo ao fim do pagamento das prestações em modalidades como cartão de crédito e cheque especial teriam um alívio de quase 82%, apontam cálculos de especialistas.
Economistas ponderam, no entanto, que esse spread tido como ideal poderia aumentar o nível de inadimplência, principalmente, em linhas consideradas emergenciais, como o cheque especial, já que o brasileiro não tem o hábito de poupar. Porém, há quem acredita que o fomentador do calote é exatamente o alto custo do dinheiro. O spread médio de 41,5% ao ano em operações para as pessoas físicas, e os juros reais (acima da inflação), em 7,6% anuais, são hoje os maiores do mundo.
Consumo responsável - Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac, ressalta que o spread ideal no Brasil teria de ser igual ao de países da Europa e dos Estados Unidos, onde a média é de cinco pontos acima da taxa básica de juros. Ele ressalta que as altas taxas repassadas pelos bancos ao consumidor final prejudicam o orçamento das famílias. Oliveira cita o caso de algumas linhas, como o crédito rotativo do cartão de crédito, no qual o spread é de 220% ao ano.
Segundo cálculos feitos pelo professor Gilberto Braga, do Ibmec-RJ, o spread menor dos empréstimos feitos no cartão de crédito faria os juros anuais da linha passarem de 233,56% para 43% ao ano. Com isso, o custo final de um financiamento de R$ 900 dividido em 12 meses passaria de R$7.604,27 para R$1.373,16. Ou seja, uma redução de quase 82%. |
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