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01/04/2009 |
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INFORME QUARTA-FEIRA 01 04 2009 |
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Dominada por bancos, empresas de cartão de crédito são pressionadas pelo BC |
Depois de três anos esmiuçando o funcionamento da indústria de cartões de crédito no Brasil, ao lado da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, o Banco Central identificou uma série de distorções que aumentam os custos das transações e, no final, acabam prejudicando os consumidores.
Mas, em vez de agir, preferiu aguardar 90 dias para receber sugestões dos próprios cartões e fez ameaças sutis. "Estamos avisando à indústria: vi e não gostei", afirmou o chefe do Departamento de Operações Bancárias do BC, José Antonio Marciano, que divulgou o trabalho. O diretor de Política Monetária, Mário Torós, que coordenou o levantamento, foi ainda mais diplomático.
"Ouvir a sociedade faz parte do comportamento democrático. A partir daí, discutiremos qual a forma mais eficiente para a indústria seguir adiante", afirmou. Mas ele não quis prometer que, ao final desses 90 dias, o BC fará uma regulamentação dessa indústria que movimentou R$ 3,9 bilhões em transações em 2007, quase o triplo do R$ 1,4 bilhão de 2002.
O serviço de credenciamento é excessivamente concentrado, segundo o levantamento nos dois principais sistema: Visanet e Redecard. As duas empresas, formadas por um pool dos maiores bancos brasileiros, são responsáveis por credenciar os lojistas que operam com cartões das bandeiras Visa e MasterCard, respectivamente, e detêm exclusividade.
Segundo levantamento, nas emissões, os quatro maiores bancos que emitem cartões de crédito da bandeira Visa concentram 72,8% das transações. No caso da MasterCard, esse percentual é de 66,4%. Já nos cartões de débito, essa participação salta para 92,7% no caso da bandeira Visa e para 77,1% no da MasterCard. |
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