O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) revisou para cima as suas previsões de inflação para 2009 e indicou um corte menor dos juros na sua próxima reunião, no final de julho.
Na semana passada, o BC cortou a taxa básica de juros de 10,25% para 9,25% ao ano. A decisão surpreendeu a maioria dos economistas, que esperavam uma redução menor, de 0,75 ponto percentual.
Na ata da reunião realizada na última quarta-feira, divulgada hoje pelo BC, a instituição diz que, apesar do aumento na sua previsão, a inflação continua abaixo da meta fixada pelo governo. O BC não divulga o número exato das previsões.
"A projeção para a inflação em 2009 elevou-se em relação ao valor considerado na reunião do Copom de abril, mas ainda se encontra abaixo do valor central de 4,50%", diz o BC na ata.
As previsões para 2010 também subiram, mas estão abaixo da meta.
Residual
No documento, o BC também afirmou que o espaço para novos cortes de juros se tornou "residual", ou seja, menor do que vinha sendo verificado desde o início do ano, quando a taxa estava em 13,75% ao ano.
"A despeito de haver margem residual para um processo de flexibilização, a política monetária deve manter postura cautelosa, visando assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas", diz o BC.
Segundo a instituição, as reduções de juros já realizadas terão um impacto mais concentrado no final de 2009 e em 2010.
Passado
O BC também passou a tratar a política mais agressiva de corte de juros, iniciada em janeiro, como algo do passado.
Na ata da reunião de abril, quando o BC revisou a previsão de inflação para baixo, a instituição usou um verbo no presente para dizer que os juros poderiam continuar caindo. No documento divulgado hoje, no entanto, a mesma frase aparece com o verbo no passado, indicado cortes menores de juros.
"Nesse ambiente, a política monetária pôde ser flexibilizada de maneira expressiva desde janeiro sem colocar em risco a convergência da inflação para a trajetória de metas", diz.
Fonte: Folha de São Paulo |