O Santander foi um dos bancos que mais contribuiu para o fechamento de 1.364 postos de trabalho no primeiro trimestre deste ano, de acordo com a pesquisa de emprego lançada recentemente pela Contraf-CUT em conjunto com o Dieese. Esse procedimento do banco espanhol, motivo de protestos dos bancários e negociações que resultaram na criação do Centro de Realocação Profissional e nos incentivos à aposentadoria para abrir vagas e evitar dispensas, está na contramão das declarações do diretor-geral da Divisão América do Grupo Santander, Francisco Luzón, publicadas em longa reportagem no jornal Valor Econômico desta quarta-feira, dia 8.
"Luzón projetou um cenário de crescimento do emprego na América Latina, mas se esqueceu das demissões de empregados do banco, muitos às vésperas da aposentadoria e com problemas de saúde adquiridos no trabalho", afirma o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
O executivo do banco disse que o Brasil foi o país onde o Santander ampliou mais o número de clientes nos últimos cinco anos, o que mostra o potencial do mercado. Para Luzón, "as possibilidades de 'bancarização' em um país com 200 milhões de pessoas como o Brasil são enormes e, mesmo com a concorrência forte, vamos ter uma revalorização do sistema financeiro, não só brasileiro como de toda a América Latina".
O dirigente do Santander anunciou a abertura de novas agências. "Não vamos fechar agências, vamos abrir 400 nos próximos dois anos e expandir nossa rede de atendimento via terminais eletrônicos, postos e internet", revelou Luzón. Segundo ele, o banco no Brasil já tem massa crítica, com 10,5% do mercado brasileiro. "Queremos agora ser o melhor banco do Brasil", prometeu.
Fonte: Jornal Valor Econômico |