O Banco Santander S.A., resultante da fusão do Santander com o ABN AMRO Real, prepara-se para fazer uma oferta de ações bilionária na bolsa brasileira no segundo semestre, a partir de setembro. O objetivo é reforçar a estrutura de capital do grupo Santander, o maior banco em valor de mercado da zona do euro e também o maior da América Latina. No Brasil, o Santander é o terceiro maior banco privado.
Além do próprio Santander, o Bank of America Merrill Lynch e o Credit Suisse serão os coordenadores da oferta, que também contará com a participação do UBS. Procurado, o Santander Brasil comunicou que não comentaria a informação.
O tamanho da oferta ainda não está fechado, mas, segundo informações que circulam no mercado financeiro, poderia ficar entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões. Alguns analistas consideram que a operação poderia ser até maior. Embora o Santander tenha um pequeno volume de ações em bolsa, remanescentes do Banespa, comprado em 2000 pelos espanhóis, a operação está sendo tratada como uma abertura de capital.
A princípio, a oferta seria primária, ou seja, constituiria um aumento de capital da filial brasileira. O dinheiro, portanto, entraria no caixa do banco no Brasil e contribuiria para permitir uma ampliação das operações de crédito no mercado local. No caso de uma oferta secundária, com venda de parte das ações já existentes e detidas pelo Grupo Santander, o dinheiro captado iria para o caixa da matriz na Espanha.
A oferta ajudará a fortalecer a estrutura de capital do grupo, que está sob atenta observação dos investidores. No dia 9, o banco anunciou na Espanha uma operação de troca de dívidas com valor total de 9,1 bilhões para melhorar seu balanço patrimonial. Uma oferta no mercado de ações brasileiro faz sentido porque os bancos brasileiros são negociados atualmente em bolsa a múltiplos superiores aos dos bancos da Europa e Estados Unidos, o que torna a captação barata em termos relativos.
Fonte: Valor Econômico |