Os economistas retornaram ao pessimismo em relação ao futuro em pesquisa realizada em agosto, de acordo com a Fecomercio-SP em parceria com a OEB (Ordem dos Economistas do Brasil).
O ISE (Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia) teve queda de 6,8% em agosto contra o mês anterior, passando de 105,4 pontos em julho para 98,2 pontos. O índice havia apresentado quatro altas consecutivas, alcançando em julho o patamar de otimismo pela primeira vez desde agosto de 2008.
"Este novo resultado mostra que os especialistas estão cautelosos em relação à economia," afirma Guilherme Dietze, economista da Fecomercio.
O indicador é composto por dois subíndices: o Atual, que analisa o sentimento dos economistas em relação ao presente, e o Futuro, que mede o sentimento em relação ao futuro. Acima de 100 pontos o ISE é considerado otimista.
Em agosto, o que pressionou o índice geral para baixo foi a avaliação futura que caiu 13,6% em relação a julho, mas ainda permanece no patamar de otimismo com 109,2 pontos. Já a avaliação atual subiu 3,4%, quarta alta consecutiva, atingindo os 87,2 pontos, mas permanece no patamar de pessimismo.
Dos nove itens analisados pelo ISE, três contribuíram para a queda do indicador: Gastos Públicos, com redução de 70% (10,1 pontos), Taxa de Inflação, com queda de 20,5%, (83,8 pontos) e Taxa de Juro, com redução de 28,5% (56,4 pontos).
Segundo Dietze, o resultado pessimista em relação a esses três itens deve-se à avaliação dos economistas de que daqui a um ano vai haver uma pressão de preços em consequência de três principais fatores: das políticas adotadas atualmente pelo governo de estímulo ao consumo, da melhora da economia como um todo principalmente no que refere a emprego e renda.
Além disso, como 2010 é um ano eleitoral, é de se prever que haja um aumento ainda maior do que há atualmente dos gastos públicos.
"Com esses fatores, os economistas já creem que no próximo ano, o Banco Central deverá elevar a taxa de juros para conter as pressões de preços, o que tornará a taxa inadequada à economia", destaca Dietze.
Outros itens que tiveram ligeira queda na margem foram: Salários Reais com redução de 2,8% (87,4 pontos) e Oferta de Crédito ao Consumidor, com queda de 5,4% (109 pontos).
Fonte: Folha Online |