Os três maiores bancos privados que operam no país (Itaú Unibanco, Bradesco e Santander) fecharam 9.902 postos de trabalho em 2009, apesar de apresentarem um lucro líquido superior a R$ 24 bilhões e de terem ampliado o número de agências e a base de clientes no mesmo período, segundo estudo elaborado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos balanços das empresas.
O Itaú Unibanco foi o que mais lucrou e o que mais cortou empregos no ano passado, fechando 7.176 postos de trabalho. O maior banco privado brasileiro tinha 108.816 trabalhadores em dezembro de 2008, após a fusão. Um ano depois reduziu para 101.640 bancários. O Santander cortou 1.652 empregos e o Bradesco 1.074. Os bancos estão na contramão da economia brasileira, pois no ano passado o Brasil criou 955 mil novos empregos.
A política de corte de empregos dos bancos privados também destoa dos bancos públicos, que estão contratando trabalhadores para fazer frente à expansão de suas atividades no mercado financeiro. Pelos acordos coletivos assinados pela Contraf-CUT com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal, que pôs fim à greve nacional de duas semanas que os bancários fizeram em 2009, as duas instituições assumiram o compromisso de abrir 15 mil novos postos de trabalho (10 mil no BB e 5 mil na Caixa) até 2011.
Rotatividade para reduzir salários
Pesquisa realizada trimestralmente pela Contraf-CUT e pelo Dieese com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho mostra que, além de cortar postos de trabalho, os bancos privados estão utilizando a rotatividade de mão-de-obra para reduzir a remuneração dos trabalhadores.
Os desligados de janeiro a setembro de 2009 recebiam remuneração média de R$ 3.494,25. Já os contratados têm remuneração média de R$ 2.051,80, o que representa uma diferença de 41,28% - quase a metade.
Fonte: Contraf – CUT |