Os preços médios dos 12 produtos que compõem a cesta básica disparam no País e registram inflação de 3,13%, em março deste ano, em Fortaleza, após vários meses de relativa estabilidade. Em dezembro, janeiro e fevereiro últimos, os preços da cesta básica variaram - 2,85%, - 0,63% e 0,59%, na Capital, respectivamente.
Com o repique da inflação, o trabalhador pagou R$ 182,43, para adquirir os produtos que compõem a ração essencial mínima. Para tanto, ele foi obrigado a trabalhar 78h42min, ou 38,88% de uma jornada mensal de 220 horas mensais, tempo uma hora e meia maior do que precisou "ralar", para se alimentar em fevereiro último.
Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada ontem, pelo Dieese, a qual aponta inflação de 1,8%, quando se compara os preços da cesta entre os meses de março último e o de 2009 (179,20) e de 5,77%, quando comparado com o mês de setembro de 2009 (R$ 172,47), período de menor preço para os mesmos produtos, nos últimos dois anos. O banco de dados da cesta básica revela ainda, que no ano passado, o mês de março registrou deflação de 2,16%, sobre fevereiro e que a maior variação nos preços ocorreu em novembro, quando se anotou alta de 6,97%, ante outubro. Apesar de alta, a inflação dos alimentos básicos de Fortaleza (3,13% ), foi a segunda menor dentre as 17 localidades pesquisadas pelo Dieese, acima apenas dos 2,91%, verificados em Pernambuco. As maiores altas aconteceram em São Paulo (10,49%), Goiânia (9,74% e Manaus (9,0%).
Mínimo insuficiente
O gasto com alimentação de uma família de dois adultos e duas crianças em março último, somou R$ 547,29, valor 7,31% superior ao salário mínimo pago à grande massa dos trabalhadores de Fortaleza. "Isso significa que para alimentar minimamente a família, o trabalhador teve que "batalhar" mais, ou contar com o apoio da mulher ou dos filhos na renda", explicou o economista e técnico do Dieese, Ediran Teixeira. Ele lembra que R$ 2.159,65 são quanto uma família precisa, no mínimo, para cobrir as necessidades básicas de alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e pagar a Previdência Social.
Fonte: Diário do Nordeste |