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05/10/2010 |
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Terça-feira, 05 de outubro de 2010 |
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Pesquisa da Contraf aponta que assaltos a bancos mataram 18 pessoas em 2010 |
A precariedade das condições de segurança nas agências causou a morte de 18 pessoas nos primeiros nove meses deste ano, o que representa uma média de duas mortes por mês. São sete vigilantes, um bancário, seis clientes e outras pessoas que perderam a vida em ações de criminosos envolvendo bancos que deixam a proteção da vida em segundo plano, uma vez que priorizam a defesa do seu patrimônio, na visão de aumentar ainda mais os seus lucros.
Dentre as ocorrências, encontram-se sete golpes de saidinha de banco. Trata-se de um crime que começa dentro das agências e, por isso, também precisa ser combatido pelos bancos, através do reforço dos equipamentos de prevenção, incluindo procedimentos que dificultem a visualização das operações dos clientes nos caixas.
"Essa pesquisa feita pela Contraf-CUT com base em notícias da imprensa comprova o descaso e a escassez de investimentos dos bancos em medidas e equipamentos de prevenção contra assaltos e seqüestros, tornando vulneráveis os seus estabelecimentos e expondo ao riso a vida de bancários, vigilantes, clientes e usuários, além de transeuntes e outras pessoas que acabam sendo vítimas das quadrilhas", alerta Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
"Os bancários estão em greve nacional desde a última quarta-feira, dia 29 de setembro, buscando não somente aumento real de salários, PLR e pisos maiores, mas também melhores condições de trabalho, o que passa pelo fim do assédio moral e das metas abusivas e pela melhoria das instalações e procedimentos de segurança", ressalta o dirigente sindical. "A vida precisa ser colocada em primeiro lugar", aponta Carlos Cordeiro.
Principais reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários
Entre as principais reivindicações da segurança bancária estão assistência às vítimas de assalto e seqüestro, medidas de prevenção contra ataques a bancos e adicional de risco de vida.
Os bancários cobram assistência às vítimas de sequestros e a todos os que estiveram no local de assaltos, bem como atendimento médico e psicológico, fechamento da unidade no dia da ocorrência, emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e acompanhamento de advogado do banco para identificação de suspeitos na polícia.
Outra demanda é estabilidade provisória para vítimas de assaltos, seqüestros e extorsões no prazo de 36 meses depois da ocorrência. Em caso de processo judicial com decisão favorável ao bancário, esse prazo começaria a contar após o trânsito em julgado.
Medidas de prevenção também são destaques, como a necessidade de proibição do transporte de dinheiro e chaves de cofres por parte dos bancários, assim como equipamentos para evitar assaltos, como a porta de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras de filmagem com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas, divisórias individualizadas na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos, instalação de vidros nos guichês de caixas e colocação de biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas.
Os trabalhadores também reivindicam o pagamento do adicional de periculosidade ou risco de vida de 30% para os bancários que trabalham em agências, postos de serviço e tesouraria. A proposta foi lançada pelos vigilantes, uma categoria que ocupa o mesmo ambiente de trabalho dos bancários e que arrancou recentemente essa conquista, através de acordos coletivos em todo país e por meio de projetos de lei aprovados na Câmara dos Deputados e no Senado.
"Todas essas medidas reparatórias, preventivas e indenizatórias visam proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes e evitar assaltos e seqüestros, bem como o golpe da saidinha de banco", enfatiza o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
Fonte: Contraf-CUT |
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