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 30/11/2009 |
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Edição Nº 1112 de 30/novembro a 5/dezembro de 2009 |
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Vigília e caminhada marcam Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência Contra as Mulheres |
 113 mulheres foram assassinadas no Ceará no período de janeiro a novembro de 2009. O expressivo número de assassinatos de mulheres por seus campanheiros, ex-companheiros ou familiares tem algo que o difere dos demais: as vítimas não são assassinadas por conta de um assalto, queima de arquivo, por uma briga de trânsito, mas simplesmente por serem mulheres. Em todos os casos, há uma relação de poder do homem sobre a mulher, marcada frequentemente por violência psicológica e física, e, quando as mulheres não aceitam se submeter a esta condição, o extremo dessa violência resulta no assassinato delas. O que há por trás de um crime passional não é só um homem apaixonado que perdeu a cabeça e matou a mulher, mas sim um homem que se arvora o poder sobre uma mulher e não se conforma que ela decida sobre sua própria vida, seu próprio corpo.
Foi para chamar atenção para essa realidade, enfrentada por milhões de mulheres em todo o mundo, que os movimentos sociais realizaram o Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Com o tema “12 horas pela liberdade das mulheres e o fim da violência”, a Articulação de Mulheres Brasileiras realizou vigílias simultaneamente em mais de 20 Estados. Em Fortaleza, a vigília ocorreu na pracinha da Gentilândia (Benfica), na noite do dia 24/11 e foi até a manhã do dia 25/11. O momento foi marcado por rodas de conversa, exibições de vídeos, perfomances teatrais e pelas apresentações musicais: Parahyba e Cia. Bate Palmas, Vitrola de São Jorge, Gigi Castro e Banda, Luanna Marley e grupos de Hip Hop.
Na manhã do dia 25/11, integrantes de movimentos como Fórum Cearense de Mulheres, Articulação de Mulheres Brasileiras, Marcha Mundial de Mulheres, União Brasileira de Mulheres, Movimento Estudantil, Coletivo Mãos dadas, sindicatos, dentre outros, realizaram caminhada pelos equipamentos de atendimento às mulheres vítimas de violência. A ocasião foi uma oportunidade para as mulheres reivindicarem iniciativas dos poderes públicos para o enfrentamento da violência.
“No Ceará, precisamos avançar nas esferas governamentais, lutando pela implementação da Secretaria Estadual de Mulheres; pela ampliação do número de juizados, delegacias especializadas, casas-abrigo, centros de referência, numa concepção que não responsabilize as mulheres pela violência que sofrem, mas que enfrente o desafio da violência sexista como algo que deve ser desconstruído pelo conjunto de toda a sociedade. É necessário que a Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado possam, ainda mais, efetivar políticas públicas que elevem as condições de vida das mulheres, no campo e na cidade”, afirmaram os movimentos em nota divulgada pela organização do ato.
SOBRE O DIA 25 DE NOVEMBRO – Reconhecido pelas Nações Unidas, em 1999, como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, o 25 de novembro foi definido no I Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, sediado na Colômbia em 1981. A data é uma homenagem póstuma às irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo, na República Dominicana. |
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