O Brasil precisa de um novo sistema financeiro, que dê contrapartidas sociais a seus lucros exorbitantes e contribua com o desenvolvimento do País. O papel dos bancos deve ser definido pela sociedade brasileira, o que passa pela convocação de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro e pela regulamentação do Artigo 192 da Constituição. As sugestões foram apresentadas na quarta-feira, 24/8, pela Contraf-CUT no Seminário Propostas para um Sistema Financeiro Cidadão, promovido na Câmara dos Deputados, em Brasília.
A posição da Contraf-CUT foi levado ao seminário, realizado conjuntamente pelas Comissões de Defesa do Consumidor e de Finanças e Tributação da Câmara, pelo secretário-geral Marcel Barros.
O seminário, requerido pelos deputados Carlinhos Almeida (PT-SP), Roberto Santiago (PV-SP), João Dado (PDT-SP) e Arnaldo Jardim (PPS-SP), fixou como objetivos discutir e buscar soluções para o desrespeito aos usuários do sistema financeiro nos altos preços das tarifas e juros, no tempo nas filas, na discriminação aos cidadãos de menor pode aquisitivo, na insegurança nas agências e na exposição de dados pessoais a estranhos, via terceirização dos serviços.
“Existe uma diferença entre 'bancarização' e inclusão bancária. O que o BC e os bancos chamam de 'bancarização' é dar um cartão de crédito à pessoa, deixando-a à sua própria sorte. Normalmente o cidadão abre uma conta obrigado pelo empregador, que tem benesses do banco. Ele toma crédito e não tem noção do custo”, criticou Marcel. “Para haver uma verdadeira inclusão bancária, precisamos ter orientação para o crédito, educação financeira para que o cidadão saiba o que e quanto está pagando”
As propostas da Contraf-CUT – Por fim, Marcel Barros apresentou as principais propostas da Contraf-CUT para a regulamentação do Artigo 192 da Constituição:
Discutir papel do Banco Central: destinação do crédito por áreas determinadas segundo as necessidades de desenvolvimento econômico nacional ou regional. Ampliação do Conselho Monetário Nacional. Exigência com relação à manutenção dos empregos a partir de qualquer incentivo ou socorro financeiro por parte do governo. Formulação de mecanismos de incentivo para o desenvolvimento das microfinanças - aprofundar o debate da importância do cooperativismo e a atuação dos correspondentes bancários no País. Além da realização da Conferência Nacional do Sistema Financeiro. |