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 21/12/2009 |
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Edição Nº 1115 de Retrospectiva 2009 |
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| CEF |
Empregados da Caixa vencem truculência com união e mobilização |
 Era o cenário de uma praça de guerra, daqueles que só aconteciam nos duros “anos de chumbo” da ditadura militar. De um lado, um batalhão de seguranças a mando da direção do banco. Do outro, meros trabalhadores que pretendiam, pacificamente, exercer seu direito de greve, garantido em Constituição. Os seguranças, cerca de 100, tinham uma missão: impedir que os empregados em greve e diretores do Sindicato tivessem acesso ao prédio do edifício sede, em Fortaleza. Os grevistas bem que tentaram negociar, chegar a um acordo, mas a chefia de segurança da Caixa Econômica Federal estava irredutível. Uma prática completamente antissindical. De repente, não só bancários estavam na porta da unidade. Diversas categorias de trabalhadores se juntaram ao movimento e, numa demonstração da força e união dos que lá estavam, conseguiram entrar e fazer valer o direito dos trabalhadores.
A história truculenta, brevemente contada acima, não se passou na década de 1960, mas aconteceu no dia 24 de setembro deste ano, data do primeiro dia da greve nacional dos bancários. A narrativa mostra a todos um pouco da postura da Caixa em relação aos seus empregados durante o ano de 2009.
Essa postura resultou numa greve de 28 dias, a maior dentre os bancários. Na greve dos profissionais da Caixa (advogados, engenheiros e arquitetos e trabalhadores de profissões constantes na RH 060), durante 51 dias. Para resolver os dois movimentos, o banco procurou uma saída nada apaziguadora. Fugindo do processo negocial, a Caixa chegou a entrar com dissídios na Justiça do Trabalho para forçar os empregados a voltarem a seus postos. A mobilização, no fim, venceu a truculência e as duas greves podem não ter tido o final esperado, mas ambas trouxeram importantes vitórias para os empregados.
“Os empregados da Caixa estão de parabéns pelo movimento que realizaram nesta Campanha Salarial, assim como durante todas as mobilizações do ano. Eles demonstraram ativa participação na greve, união durante a greve dos profissionais e determinação para cobrar melhores condições de trabalho, além da forma com que mantiveram a paralisação quando a Caixa não quis ceder. O resultado da Campanha Salarial pode até não ter sido o que todos esperavam, mas tivemos importantes conquistas. Temos que nos orgulhar desse movimento e valorizar as conquistas que tivemos”, avaliou o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Marcos Saraiva.
Pelo acordo coletivo deste ano, os bancários da Caixa tiveram direito a reajuste salarial de 6% (1,5% de aumento real) e conquistaram ganhos em pontos como a criação e implantação dos comitês de acompanhamento da rede credenciada do Saúde Caixa e dos comitês regionais de mediação de conflito no trabalho, vinculados à Comissão de Ética da Caixa. Essas medidas visam melhorar as condições de saúde e combater o assédio moral. Outra conquista é a autorização para eleição de todos os cipeiros, com o presidente sendo indicado dentre os eleitos, além da contratação de cinco mil novos empregados e o pagamento de uma PLR diferenciada.
Greve dos profissionais da Caixa durou 51 dias
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Piquetes e manifestações foram a tônica dos dias de greve dos profissionais da Caixa, numa paralisação inédita no ano de 2009. A greve teve início no dia 28/4 com a mobilização na frente do edifício sede e, nos dias seguintes, as manifestações aconteceram na frente da Superintendência Escritório de Fortaleza e na agência Pessoa Anta. A greve terminou 51 dias depois, no dia 17/6, numa assembleia marcada pela indignação. Durante a paralisação foram encaminhados documentos à Presidência da Caixa. Em sua maioria, o quadro de carreira profissional da Caixa é formado por advogados, arquitetos e engenheiros, sendo composto ainda de trabalhadores de profissões constantes no RH 060. A empresa conta, em todo o País, com cerca de 2.400 trabalhadores.
Nos documentos, os profissionais revelaram toda a sua indignação com a posição do banco, afirmando que desde 2006 a Caixa promete uma melhoria da estrutura salarial da carreira sem, no entanto, cumprir a palavra – na cláusula 47 do Acordo Coletivo de Trabalho 2008/2009 estava prevista que a valorização e revisão da estrutura das carreiras profissionais seriam implementadas a partir do primeiro trimestre de 2009.
ATIVIDADES – Entre as atividades desenvolvidas pela engenharia da Caixa, estão as avaliações, o acompanhamento de empreendimentos e a assistência técnica aos municípios e entidades sociais que garantem a execução de programas como o Fundo Nacional de Habilitação de Interesse Social (FNHIS), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o “Programa Minha Casa, Minha Vida”, entre outros de grande alcance social.
Já no âmbito jurídico, além das analises técnicas, vinculadas aos programas e fundos acima referidos, os profissionais realizam, entre outras atividades, a defesa da Caixa em atuação preventiva (no âmbito interno) e contenciosa, no que diz respeito ao FGTS, Fies, FCVS, Loterias, OGU, penhor, SFH e tantos outros, em típica atuação de advocacia pública.
“A greve pode não ter alcançado todos os objetivos que queríamos, mas a grande vitória desse movimento foi a mobilização da categoria em todo o País, e em especial no Ceará, que mostrou ao banco a força dos profissionais da Caixa. Além disso, a greve fortaleceu os laços entre o Sindicato e essa parcela dos empregados, demonstrando a força e a união dos bancários no Estado”, afirmou o diretor do Sindicato, Marcos Saraiva, empregado da Caixa.
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