
Do início dos anos de 1990 até 2002, os bancários do Banco do Brasil amargaram um período difícil, de forte arrocho salarial e de grandes ataques do governo federal que resultaram em perdas de direitos e benefícios. Até então, o funcionalismo não era contemplado pela Convenção Coletiva da categoria, tinha a pior participação nos lucros e resultados do sistema financeiro nacional e ficou anos e anos sem um centavo de reajuste, mesmo quando os bancários do setor privado conseguiam algum aumento.
A história começou a mudar em 2003, quando os bancários intensificaram a luta para unificar a Campanha Salarial nos bancos públicos e privados e fortaleceram toda a categoria. A unificação foi concretizada em 2004 e, desde então, os funcionários do BB têm conquistado reajustes salariais acima da inflação, transformaram a sua PLR em referência para os demais bancários e garantiram a volta de direitos que tinham sido retirados pelo governo FHC em 1998. Este ano não foi diferente. Conseguiu-se um bom acordo, que, graças à greve e ao poder de pressão, atendeu a uma série de reivindicações importantes.
MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO – A sobrecarga de trabalho tem sido uma das principais reclamações dos bancários nas agências. Para melhorar a situação, o funcionalismo conseguiu arrancar do BB o compromisso de contratar mais 10 mil novos empregados para a rede de atendimento.
PCS – Os bancários do BB fizeram o caminho inverso do que ocorria nos anos de 1990 e, nesta campanha nacional, conquistaram um reajuste maior que o dos colegas dos bancos privados. Isso porque além de pagar o aumento de 6% acordado com a Fenaban, o banco aplicou mais 3% de reajuste em todos os níveis do Plano de Cargos de Salários (PCS). Garantiu até 9% de reajuste, 4,5% a mais que a inflação, valorizando mais uma vez o piso. Mas os comissionados também merecem reconhecimento, e a luta é para construir um bom PCCS.
ISONOMIA – Em 1998, o governo FHC retirou grande parte dos direitos dos bancários que ingressavam no BB, criando na prática duas categorias de funcionalismo: os pré e os pós-98. Desde 2003, os empregados vêm conquistando ano a ano o retorno desses direitos. Neste ano garantiu-se a venda e o acúmulo de cinco dias de faltas abonadas aos bancários que ingressaram no BB a partir de 1998. |