No momento em que dispara o número de mortes em assaltos envolvendo bancos, a Fenaban fugiu de sua responsabilidade perante os bancários e a sociedade ao recusar as medidas efetivas para combater a violência propostas pelo Comando Nacional dos Bancários. Na negociação ocorrida na terça-feira (6/9), em São Paulo, pela segunda rodada da Campanha Nacional dos Bancários 2011, os bancos negaram as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores sobre segurança.
Os bancários defendem instalação de portas de segurança com detectores de metais, câmeras em todas as áreas internas e externas das agências com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas; divisórias individualizadas entre os caixas eletrônicos, biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas e isenção das tarifas de transferências de recursos (TED e DOC). Também querem melhorias na assistência às vítimas de assaltos e sequestros e a proibição da guarda das chaves de cofres e do transporte de valores por bancários.
“Saidinha de banco” – O Comando Nacional propôs uma série de medidas para combater o crime de saidinha de banco, que já levou à morte 20 pessoas em 2011. Entre as medidas, estão a instalação de biombos entre a fila e os caixas, já adotada por algumas empresas.
Os trabalhadores manifestaram também sua preocupação com a situação dos bancários nos municípios em que foram aprovadas leis proibindo o uso de celulares dentro das agências. Os representantes dos bancários alertaram ainda que essa tarefa pode desviar a atenção dos vigilantes da segurança dos estabelecimentos.
As negociações com a Fenaban continuam na próxima segunda-feira (12), com o tema remuneração.
Assistência às vítimas – Os bancários reivindicam que os bancos ofereçam assistência para as vítimas de assaltos e sequestros. Em relação a esses itens, os bancos defenderam apenas a manutenção da cláusula atual, conquistada pelos trabalhadores na campanha nacional do ano passado.
Equipamentos – O Comando Nacional cobrou ainda a instalação de diversos equipamentos e medidas de prevenção contra assaltos e sequestros. Os bancos negaram o atendimento das reivindicações, encaminhando as questões para a discussão na mesa temática de segurança, a ser retomada após a campanha nacional.
Guarda de chaves – Os bancos negaram a reivindicação, alegando que a posse da chave não aumenta a exposição dos bancários ao risco de sequestro.
Transporte de numerário – Os bancários querem que o transporte de valores seja feito somente por vigilantes em carro-forte, conforme estabelece a lei federal 7102/83. O assunto é objeto de procedimento que se encontra pendente na Procuradoria Geral do Ministério Público do Trabalho. A Fenaban ficou de consultar os bancos.
Outros itens – Os bancos se negaram a discutir as reivindicações de estabilidade no emprego de 36 meses e indenização aos empregados vítimas de assalto ou sequestro. |