Durante a primeira rodada de negociação das reivindicações específicas dos funcionários do Banco do Brasil, realizada na última sexta-feira, 9/9, em Brasília, o Comando Nacional dos Bancários ouviu uma série de negativas para questões importantes do funcionalismo. O BB negou a existência de terceirização ilegal dentro do banco, a contratação de cinco mil novos funcionários, a proteção contra descomissionamentos, dentre outros pontos fundamentais da pauta específica dos funcionários. Os temas discutidos nessa reunião foram relativos à emprego, saúde e condições de trabalho e previdência.
O banco negou ainda o cumprimento da jornada legal de 6h para todos os comissionados; a discussão do Plano de Cargos Comissionados; a integração de 15 minutos de intervalo na jornada na jornada de 6 horas; o intervalo de descanso para caixas (10 min para cada 50 min trabalhados); a assinatura da Proteção de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho; a ampliação e melhoria dos canais de atendimento de denúncias de assédio moral e outros desvio de comportamento e a ampliação do Comitê de Ética com gestão paritária.
“Foi uma verdadeira série de negativas. O Banco do Brasil está seguindo religiosamente o receituário do governo e só com muita mobilização poderemos avançar nas conquistas alcançadas nos últimos anos. Temos que fortalecer o engajamento da categoria para que o BB perceba que não estamos para brincadeira e não abriremos mão dos nossos direitos”, avaliou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará e funcionário do BB, Carlos Eduardo Bezerra, que esteve presente à negociação.
Segundo Carlos Eduardo, o Comando Nacional apresentou toda a pauta específica dos funcionários, além do relatório do 22º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, realizado no início de julho. Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda pontos importantes para o funcionalismo, tais como: que todos os aplicativos de trabalho no BB sejam vinculados ao ponto eletrônico; ampliar travas para descomissionamento, retirando esse processo da alçada dos gestores diretos da agência, para evitar possíveis perseguições ou assédio moral; ampliação da cobertura do plano odontológico executivo para todos os bancários e aumentar a rede credenciada nas capitais e interior dos Estados; publicação imediata de concurso público para funcionários do SESMT e a assinatura do Termo de Vendas Responsável de Produtos Financeiros, formulado pela Contraf-CUT e Unifinanças.
O Comando Nacional quer também o fim da trava em transferências e comissionamentos, hoje de dois anos; ampliação do Programa de Assistência Social (PAS) aos egressos de bancos incorporados; eliminação do GAT do Programa de Metas Sinergia, com o seu uso apenas no acordo de trabalho. “O nosso objetivo é que o Gat seja um instrumento de melhoria no atendimento e não um mecanismo de assédio e mascaramento do atendimento precarizado que é prestado hoje à população”, explica Carlos Eduardo.
Ouvidoria – Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda que a Ouvidoria do Banco do Brasil não fique subordinada a uma diretoria do banco, mas que seja vinculada ao Conselho de Administração. “Isso daria maior autonomia, independência e transparência no acompanhamento de denúncias feitas pelos funcionários”, analisa Carlos Eduardo.
Calendário – A próxima negociação acontece na quarta-feira, dia 14/9, às 10h, em Brasília e vai discutir os temas relativos à Remuneração, entre eles, o Plano de Cargos e Remuneração (PCR). |