Repetindo a postura adotada por todos os bancos até aqui, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) negou a maioria das reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, na negociação específica realizada nesta terça-feira (13/9), em Fortaleza. A segunda rodada do processo negocial com o banco tratou das cláusulas relacionadas a benefícios, previdência e saúde do trabalhador.
“A negociação com o BNB foi mais um festival de ‘nãos’ para as demandas dos bancários”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, que acompanhou a negociação. “É fundamental ampliar a mobilização para pressionar o banco e arrancar novas conquistas”, sustenta.
O banco negou praticamente todos os itens da minuta relacionados a benefícios. Da pauta de benefícios, apenas duas voltarão ao debate: auxílio creche e financiamento de veículos. Todas as outras foram negadas. Entre elas, destacam-se os itens ligados à pauta de isonomia, especialmente a extensão da licença-prêmio para os bancários admitidos a partir de 1997. O banco justificou a série de negativas, dizendo que o gasto com a folha de pagamento de 2010 foi muito alto, o que inviabilizaria a concessão de novos benefícios.
Os representantes dos bancários rejeitaram esse argumento e cobraram do banco a apresentação desse crescimento das despesas com pessoal. O banco se comprometeu a trazer as informações nesta quarta-feira (14/9), quando a negociação prossegue abordando os temas funcionais e sindicais.
Saúde – Quanto às cláusulas de saúde do trabalhador, os itens relativos à Camed, plano de saúde dos funcionários do banco, foram encaminhados para uma reunião específica agendada para a semana que vem, em data a ser confirmada. Na ocasião, o banco se comprometeu a apresentar o resultado do grupo de trabalho e encaminhamentos aprovados internamente em relação ao plano de saúde.
Previdência – Nas reivindicações relativas à previdência, o BNB concordou com a criação de um grupo de trabalho (GT) para tratar especificamente da Capef, fundo de pensão dos funcionários. “Por conta da grande importância e complexidade da questão, cobramos do banco uma dinâmica diferente no GT, para acelerar o processo de discussão. Dessa forma, vamos realizar uma reunião já na próxima semana para estabelecer um planejamento das ações do grupo de trabalho”, diz Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Nacional de Negociação dos Funcionários do BNB, órgão da Contraf-CUT que assessora o Comando.
PLR – Uma informação preocupante foi trazida pelo banco à mesa de negociação. De acordo com os negociadores da empresa, até agora, o valor aprovado pelo DEST para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é de 9% do lucro líquido, o que representa um retrocesso em relação aos 14% que foram distribuídos pelo BNB em 2010. “Com esse valor, o banco faz parecer que não pretende pagar a PLR Social, que distribuiu 3% dos lucros linearmente no ano passado. Se essa é a posição do governo, trata-se de um grande retrocesso e vamos precisar de muita mobilização para reverter”, afirma Miguel.
O Sindicato dos Bancários do Ceará já está organizando atividade de mobilização junto aos trabalhadores no Passaré para amanhã (15/9), na Praça Jáder Colares. O Comando Nacional conclama os demais sindicatos a intensificarem a mobilização na mesma data. |