O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, considerou insuficiente a proposta apresentada pela Fenaban na quarta rodada de negociação nesta terça-feira (20/9), em São Paulo, e decidiu orientar os sindicatos de todo o país a realizarem assembleias nesta quinta-feira (22/9) para rejeitar a proposta e deflagrar greve nacional a partir da próxima terça-feira (27/9). Uma nova negociação foi agendada com a Fenaban para sexta-feira (23/9), a fim de continuar as discussões. Na segunda-feira (26/9), novas assembleias deverão ser realizadas para definir os rumos do movimento.
O Sindicato dos Bancários do Ceará realiza, às 18h30 em primeira convocação e às 19h em segunda convocação, em sua sede (Rua 24 de Maio – 1289, Centro) uma assembleia para analisar a proposta. Todos os bancários da base do Sindicato estão convocados a participar.
“Os bancos fizeram uma proposta insuficiente para seus funcionários, pois não contempla nossa pauta de reivindicações, o que deve levar a categoria para a greve”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando. “Apostamos desde o princípio no processo de negociação e mantemos nossa disposição para o diálogo, mas estamos preparados para realizar uma greve ainda mais forte que a do ano passado”, completa. Em 2010, os bancários realizaram a maior greve da categoria nos últimos 20 anos, com duração de 15 dias e adesão recorde tanto em bancos públicos quanto privados.
Reajuste salarial – A proposta dos patrões inclui reajuste de 7,8% sobre os salários e as demais verbas (vale-refeição, cesta-alimentação, auxílio creche/baba, dentre outras), o que equivale a apenas 0,37% de aumento acima da inflação medida pelo INPC do período. Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% no salário (inflação do período mais aumento real de 5%) e R$ 545,00 para cada uma dessas verbas.
Piso – Não está prevista valorização do piso da categoria, que também seria corrigido em 7,8% e passaria dos atuais R$ 1.250,00 para R$ 1.347,50 – muito abaixo da reivindicação da categoria, que é o salário mínimo do Dieese, calculado em R$ 2.297,51 em junho.
PLR – Para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), os bancos propõem a manutenção do modelo do ano passado, com reajuste de 7,8% sobre a regra básica e a parcela adicional.
Emprego – Um ponto importante ausente da proposta dos bancos são medidas relativas à proteção e geração de empregos. “Cobramos o fim da rotatividade e das demissões imotivadas e a ampliação das contratações para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes”, afirma Carlos Cordeiro.
PCS – A proposta da Fenaban não contempla a criação de Plano de Cargos e Salários em todos os bancos, o que significa a manutenção de distorções salariais e falta de valorização e ascensão profissional para todos os bancários.
Saúde – A proposta apresentada não contempla o fim das metas abusivas e várias reivindicações relativas à saúde. Os bancos somente aceitaram a não divulgação de rankings individuais, uma reivindicação dos trabalhadores. A mesa temática seria retomada com a discussão da possibilidade de avaliação do PCMSO e a divulgação da Sipat. As reuniões seriam trimestrais.
Segurança Bancária – Os bancos aceitam incluir na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) cláusulas sobre o transporte de numerário por bancários e o monitoramento eletrônico das agências. Os trabalhadores cobraram ainda a instalação de biombos para garantir privacidade aos clientes e coibir o crime de “saidinha de banco”. As empresas não apresentaram proposta a respeito. As demais propostas de segurança não estão contempladas.
Igualdade de Oportunidades – O acompanhamento do programa de promoção da igualdade de oportunidades, proposto pela Febraban na apresentação do Mapa da Diversidade, seria incluída na pauta das reuniões trimestrais da mesa temática. Os bancários cobraram a realização imediata de um novo censo da categoria, mas os bancos negaram, propondo um prazo de cinco anos entre as pesquisas.
Terceirização – A mesa temática será retomada, também com periodicidade trimestral, dando continuidade à discussão da questão dos call-centers.
Durante a assembleia a ser realizada no Sindicato nesta quinta-feira, dia 22/9, a proposta da Fenaban será apresentada com mais detalhes. Participe!
Confira o calendário das atividades:
Dia 21 – negociação específica com a Caixa
Dia 21 – negociação específica com o Banco do Nordeste
Dia 22 – assembleia para deliberação sobre a proposta
Dia 23 – negociação com a Fenaban
Dia 26 – nova assembleia
Dia 27 – data indicativa de greve |