Próximo da divulgação do balanço de 2011 do HSBC, que acontecerá até o final de fevereiro, aumenta a expectativa dos funcionários do banco inglês com os resultados que serão divulgados. Ano após ano, a instituição vem fazendo alterações unilaterais no seu programa próprio de remuneração variável, o PPR/PSV, causando descontentamento e desmotivação em todas as equipes de trabalho, tanto das áreas de negócios quanto de retaguarda.
“A forma como o programa vem sendo elaborado é o maior problema: é por uma comissão interna de funcionários, formada pelo HSBC, com a finalidade apenas de homologar a proposta da alta cúpula do banco e aparentar alguma legalidade nos termos da lei federal nº 10.101/2001. Ou seja, o programa acaba sendo baixado de forma unilateral”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
Além disso, o banco inglês costuma exagerar em seus provisionamentos nos balanços, como a Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), o que acaba reduzindo o lucro líquido, comprometendo muitas vezes o pagamento integral do PPR/PSV. Outro ponto insustentável é a compensação do PPR/PSV da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da categoria, prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), válida para todos os bancários.
Desrespeito – “Nos últimos anos, vivenciamos de tudo: não pagamentos, ora para o pessoal do back office, ora para a área de vendas, provocando frustração e desmotivação , adiantamentos salariais de 15%, para serem descontados dos bancários; mudanças nos critérios de pagamento para possibilitar a compensação entre os programas e a CCT dos bancários, ocasionando o não pagamento na data avisada aos bancários. Ou seja, alterações unilaterais provocando endividamento de funcionários, fazendo com que inclusive o banco abrisse linha de crédito de um valor que já seria de direito de todos; o batimento das metas por um grupo muito pequeno da área de negócios, ou seja, metas mal formuladas", recorda o diretor da Contraf-CUT.
Sem contar que o HSBC pratica os menores salários do mercado e justifica a utilização das políticas de renda variável, dizendo que é para nivelar com o nível de remuneração dos demais bancos. Desta forma, os funcionários acabam perdendo duas vezes, pois recebem baixos salários e, mesmo atingindo suas metas, ficam apenas com a PLR, que é direito de todos os bancários.
“Agora pasmem: o 'Instrumento Particular de Acordo da Participação nos Resultados' para o ano de 2011 é pior ainda. Os valores assegurados aos funcionários do 'Modelo B' - funcionários ativos dos níveis 12 a 24, a maioria dentro do HSBC, são muito menores do que já está assegurado na CCT dos bancários. Isso sem falar na possibilidade de desconto de um programa do outro”, alerta o dirigente sindical.
Enquanto a CCT assegura, na regra básica da PLR, o pagamento de 90% do salário mais R$ 1.400,00 de parcela fixa, podendo chegar até 2,2 salários, além da parcela adicional de 2% linear até R$ 2.800,00, a cláusula 4.2.2.1 do referido programa do HSBC contempla apenas 90% da remuneração + parcela fixa de R$ 1.130,00. |