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22/02/2010 |
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Edição Nº 1122 de 22 a 27 de fevereiro de 2010 |
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| ASSALTOS A BANCOS: |
Aumento de mais de 100% de casos deixa bancários em alerta |
Ano após ano a história se repete: assaltos cada vez mais ousados e bancários e clientes desprotegidos. Em 2009, foram 19 ações, contra as oito registradas em 2008, resultando num crescimento de mais de 100% no número de assaltos. Desses ataques, 15 foram no Interior. Também em 15 casos, os trabalhadores bancários estiveram expostos à violência. Em oito episódios funcionários e/ou clientes foram feitos reféns.
Nos últimos anos, chama a atenção o interesse dos assaltantes no interior do Estado, que tem um sistema de segurança mais fraco e oferece mais possibilidades de fuga após o ataque. Tem-se observado que há um período específico do mês de maior interesse para os bandidos, que, em geral, levam mais de R$ 1 milhão. A agressividade, forte armamento e organização com que os assaltantes vêm agindo deixa temerosos os bancários que moram na mesma cidade em que trabalham. Casos de sequestro do trabalhador e da família têm se tornado frequentes.
Da humilhação de ter que sacar dinheiro da própria conta bancária para dar aos assaltantes, passando pelo transporte ilegal de valores que termina em assalto, até o extremo de ser mantido em cárcere privado junto dos familiares ou presenciar mortes no ambiente de trabalho: de tudo acontece aos bancários em decorrência do descaso dos bancos com relação à segurança. De 2007 para cá, em todo o País e especificamente no Ceará, foram várias ações como essas. Afora isso, a tortura psicológica infligida aos trabalhadores pelos bandidos é uma triste realidade e deixa lembranças para o resto da vida.
E o ano de 2010 promete. Só no mês de janeiro, três agências sofreram a ação dos bandidos no interior do Ceará, o que chocou a população e foi notícia em todo o País. Na cidade de Pedra Branca, duas pessoas foram baleadas durante a ação violenta: um vigilante do Banco do Brasil e um agricultor. Os bancários sofreram tortura psicológica intensa.
Diante dessa realidade, o Sindicato dos Bancários do Ceará está alerta e reivindica que os bancos não apenas cumpram a lei de segurança nas agências, mas instalem detectores de metais antes dos caixas eletrônicos e coloquem vidros à prova de bala. Para garantir a segurança dos trabalhadores, e não apenas do dinheiro, como têm feito os banqueiros, o diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, Telmo Nunes, lembra a importância de um programa de proteção à saúde e à vida do trabalhador bancário. Nunes destaca a necessidade de acompanhamento ao funcionário vítima da insegurança e declara que além de tudo, nos bancos privados, após um assalto os bancários costumam ser demitidos, ou seja, são penalizados por algo que não têm culpa, o que representa uma situação cruel e desrespeitosa para com os trabalhadores.
O Sindicato também cobra medidas do governo do Estado, mais especificamente da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS). Telmo Nunes observa a diferença entre o papel do vigilante e o do policial, entre a segurança bancária e a segurança pública, papel da SSPDS: “são coisas bem diferentes. Nós sabemos que o vigilante não pode reagir a um assalto. Por isso, uma outra reivindicação nossa é que a SSPDS pense uma política especializada para combater o crime organizado no interior do Ceará, o que tem de vir acompanhado de um aumento no efetivo de policiais”, afirma.
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