Somente os cinco maiores bancos que operam no país – Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander – arrecadaram R$ 53,931 bilhões com receitas de tarifas e prestação de serviços nos primeiros nove meses de 2011, um crescimento médio de 13,52% em comparação com o mesmo período de 2010. Os ganhos serão ainda maiores quando forem divulgados os balanços anuais, a partir do final de janeiro. Os dados foram apurados pela Subseção do Dieese na Contraf-CUT.
“Mesmo com todo esse faturamento monumental, que representa um dos principais componentes dos lucros no Brasil, os bancos se recusam a atender a reivindicação dos bancários de isenção das tarifas de transferências de recursos (DOC/TED), como forma de reduzir a circulação de dinheiro e combater o crime da ‘saidinha de banco’”, critica Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.
A proposta foi apresentada pela Contraf-CUT para a Fenaban, durante a mesa temática de segurança bancária, no dia 16 de março do ano passado. “Desde então, foi discutida em várias reuniões e na última vez os bancos alegaram que ainda não chegaram a um consenso”, lamenta o dirigente sindical.
Conforme estudo do Dieese, com dados do Sistema de divulgação de tarifas de serviços financeiros da Febraban, os bancos cobram tarifas de transferências por meio de DOC ou TED, cujos valores oscilam de acordo com a forma usada pelos clientes: presencial, eletrônica ou internet. O preço cobrado diretamente no caixa, no modo presencial, fica entre R$ 13,50 a R$ 20,00 em quase todos os bancos. “Verificamos que muitos clientes, quando precisam efetuar transferências para contas em outros bancos, preferem efetuar saques para não pagar essas tarifas e acabam sendo alvos de assaltantes, diante da falta de privacidade na hora dos saques em quase todos os estabelecimentos financeiros”, destaca Ademir.
“Além da isenção de tarifas de transferências, queremos a instalação de biombos entre a fila e a bateria de caixas, a colocação de divisórias individualizadas e opacas entre os caixas, inclusive os eletrônicos, e a afixação de câmeras internas e externas de monitoramento em tempo real, dentre outras medidas”, conclui Ademir. |