O sistema financeiro brasileiro continua se superando quando o assunto é cobrança ao consumidor. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as tarifas bancárias no País tiveram alta de 12,46% em 2011, ficando 5,96 pontos percentuais acima da inflação, que fechou o ano em 6,5%.
Os números fazem parte dos cálculos do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e levam em conta o peso de alguns itens no orçamento familiar do brasileiro. No subitem “serviços bancários”, o IBGE considerou as taxas pelo uso de cartões de crédito, pelo fornecimento de talões de cheques, extratos bancários e demais serviços de administração de contas.
Muito altos – E os juros cobrados pelos bancos no Brasil estão entre os maiores do mundo. Pesquisa recente da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste aponta que, só os juros de financiamentos por meio de cartão de crédito no Brasil – o chamado crédito rotativo –, superam em muito os cobrados por outros seis países da América Latina. A taxa média aqui chega a 237,9% ao ano, quase cinco vezes maior que a da Argentina, que aparece em segundo lugar com média de 50% ao ano.
Maus serviços – Os bancos no Brasil não se superam apenas nos preços de tarifas ou nos juros aos clientes, eles também são campeões em queixas nos Procons. As informações do boletim 2011 do Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor), que reúne dados de 346 unidades do Procon distribuídas por 212 municípios brasileiros mostra que as reclamações dos consumidores concentraram-se nos setores financeiro e de telecomunicações, e das 20 empresas mais demandadas no Sindec, o Itaú Unibanco ocupa o primeiro lugar, com 81.946 queixas. O Bradesco aparece em quarto lugar, o Santander em sétimo e o BB em nono. A BV Financeira, o Banco BMG, a Caixa, Citibank e HSBC também aparecem no ranking. |