A Contraf-CUT se reuniu na sexta-feira (2/3) com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, em Brasília. Os bancários reforçaram as principais reivindicações da categoria para o projeto de lei que cria o estatuto de segurança privada, que encontra em fase de conclusão, visando atualizar a lei federal 7.102/83, hoje desatualizada frente à situação de violência e criminalidade no País.
“Queremos avanços na proposta que está sendo elaborada pelo Ministério da Justiça, com a participação da Polícia Federal, a fim de prevenir assaltos e sequestros e proteger a vida de trabalhadores e clientes”, destacou Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária. “Não aceitamos retrocessos”, apontou.
A reunião durou quase três horas. Os bancários ressaltaram a importância de avanços, como a obrigatoriedade das portas individualizadas de segurança com detectores de metais em todos os estabelecimentos, a colocação de câmeras de monitoramento em tempo real, a afixação de vidros blindados nas fachadas, a proibição do transporte de valores pelos bancários, o fim da guarda das chaves do cofre e de agências por bancários como forma de evitar sequestros e a implantação de procedimentos que garantam a privacidade nos saques como medida para prevenir o crime da “saidinha de banco”, dentre outras.
Os bancários mostraram aos representantes do governo a preocupação com o crescimento dos assaltos a bancos em 2011, como indica a estatística da Febraban, apresentada na quinta-feira (1º), durante a retomada da mesa temática de Segurança Bancária com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, em São Paulo. No ano passado, os bancos apuraram 422 ocorrências, um aumento de 14,36% em relação aos 369 casos verificados em 2010. Esse crescimento pode estar ligado à retirada de portas giratórias em alguns bancos, como Itaú e o Bradesco, uma vez que os números de assaltos caíram a partir de 2000, logo após a instalação das portas de segurança em várias cidades do País.
Marivaldo ouviu e debateu as demandas dos bancários, dizendo que tem recebido iniciativas dos demais setores envolvidos com a segurança privada. “Todas as sugestões serão analisadas”, disse. Depois, a proposta de projeto de lei será levada para a apreciação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, visando fechá-la para encaminhamento ao Congresso Nacional. |