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22/03/2010 |
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Edição Nº 1126 de 22 a 27 de março de 2010 |
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Desigualdade de gênero é revelada por Pesquisa do Ministério do Trabalho |
As desigualdades de gênero no âmbito do trabalho ainda persistem. Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho mostra que a renda média mensal em 2008 entre analfabetos era de R$ 614,80 para os homens e de R$ 506,95 para as mulheres. A desigualdade persiste também entre os trabalhadores com formação superior. A renda média para os homens com essa formação era de R$ 4.623,98, já para as mulheres a renda média era de R$ 2.656,47.
No estudo “Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas”, o IBGE mostra que em 2009 as mulheres passaram a ser mais escolarizadas que os homens: 61,2% das trabalhadoras pesquisadas tinham 11 anos ou mais de estudo, para os homens a porcentagem era de 53,2%.
DADOS DA PESQUISA – As desigualdades no trabalho entre homens e mulheres também estão presentes na jornada de trabalho. Dados da OIT, divulgados no dia 4 de março, revelam que as mulheres trabalham cinco horas a mais que os homens. No total, as mulheres trabalham 57,1 horas por semana, sendo 34,8 horas semanais no trabalho e 20,9 horas por semana nas atividades domésticas. Já os homens possuem carga-horária total de 52,3 horas semanais, sendo 42,7 horas no trabalho e apenas 9,5 horas dedicadas às atividades domésticas.
Esses dados revelam que as desigualdades de gênero permeiam tanto as questões salariais como distribuição das responsabilidades domésticas. A diretora de Formação da CUT-CE e do Sindicato dos Bancários do Ceará, Lúcia Silveira, enfatiza que munidas da Convenção 156 as mulheres terão mais força para acabar com essas disparidades. “A Convenção 156 dará mais respaldo para criação de políticas públicas que garantam a igualdade efetiva de oportunidades e o tratamento diferenciado no que diz respeito a qualquer descriminação. O direito de dividirmos no dia-a-dia tarefas simples em nossas casas e fazer com que futuras gerações tenham internalizado essa igualdade”.
CUT MOBILIZA POR ABAIXO-ASSINADO – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) lançou no dia 5/3 um abaixo-assinado pela ratificação da Convenção 156 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) no Brasil. O lançamento do abaixo-assinado ocorreu no Seminário “Feminismo, Democracia e Igualdade no Trabalho!”, realizado pela Central no Ceará. O Brasil é o único país da América Latina que ainda não ratificou o documento.
MESMAS OPORTUNIDADES – A Convenção 156 da OIT foi elaborada em 1891 e busca estimular a criação de mecanismos que proporcionem a igualdade de oportunidades e tratamento entre homens e mulheres com responsabilidades familiares. A divisão dessas responsabilidades busca garantir que homens e mulheres possam ter as mesmas oportunidades para se dedicarem a qualificação profissional.
O documento reconhece que “os problemas de trabalhadores com encargos de família são aspectos de problemas mais amplos concernentes à família e à sociedade, que devem ser levados em consideração nas políticas nacionais”.
Lúcia Silveira explica que no setor bancário as desigualdades ainda são bastante persistentes. “No setor bancário ainda é muito tímido o número de mulheres em cargos de alto escalão”, diz. Segundo Lúcia, o SEEB/CE, junto com a CUT, buscará realizar manifestações para promover a igualdade de gênero não só na área profissional, mas também em todas as dimensões sociais. A mobilização pelo abaixo-assinado ocorre em todo Brasil. No Ceará, o documento deve ser entregue na sede da CUT Ceará, localizada na Rua Sólon Pinheiro, nº 915. Para mais informações, ligue (85) 3463.7377.
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