RSSYoutubeTwitter Facebook
Aumentar tamanho das letras Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Versão para impressão


  22/03/2010
Edição Nº 1126 de 22 a 27 de março de 2010
UNIãO DA ESQUERDA:

É o que conclama representante da embaixada de Cuba no Brasil

A Casa de Amizade Brasil Cuba realizou, no dia 16/3, palestra com o ministro conselheiro da Embaixada de Cuba no Brasil, Sérgio Martinez, no Sindicato dos Bancários do Ceará. A atividade, que teve apoio da CUT-CE, da CTB e da Central dos Movimentos Populares, defendeu a libertação dos cinco cubanos que estão presos nos EUA. Logo em seguida à palestra, Sérgio Martinez concedeu entrevista exclusiva à Tribuna Bancária. O representante de Cuba destaca os indicadores sociais daquele país, o papel destacado na exportação de serviços e tecnologia para diversos países e a campanha difamatória que Cuba vem sofrendo por parte da grande mídia. Confira abaixo os principais trechos da entrevista com Martinez. O texto na íntegra estará disponível no endereço:
www.bancariosce.org.br

Tribuna Bancária – Qual a atualidade da Revolução Cubana, que este ano completou 51 anos?

Sérgio Martinez – Hoje em dia, o mais importante da Revolução Cubana é que ela é mais atual do que nunca. O povo cubano celebrou os 51 anos como um avanço importante. O desenvolvimento social de nosso país: pela primeira vez a taxa de mortalidade em Cuba baixou de 5%, um número praticamente inédito, alcançado por poucos países no mundo. A Revolução Cubana celebrou seu 51º aniversário com um incremento na expectativa de vida da população. Hoje, a expectativa de vida média em Cuba são 70 anos para os homens e 75 para as mulheres – se você fala do índice médio dessa expectativa de vida em alguns países, inclusive alguns que são considerados desenvolvidos, não passa de 65 anos. Isso demonstra algo importante, avanços em nossos índices sociais que vem alcançando a Revolução Cubana, independente de todas as dificuldades que ainda temos, independente da parte econômica, com todos os embargos que ainda enfrentamos contra o nosso pequeno país. Hoje, em Cuba, a educação é de alto nível, com desenvolvimento de um novo programa social em âmbito da habitação, saúde e bem-estar social, cuidados com os idosos. Nossa Revolução chega ao 51º aniversário mantendo um povo unido, um povo que defende sua Revolução independente de qualquer mudança que você tenha dentro de si, mas o princípio da Revolução se mantém intacto e isso não só assegura a Revolução, mas ela fica mais segura para 51 anos mais.

Nós temos conhecimento aqui no Brasil de que Cuba tem índices sociais fantásticos. Mas e os índices econômicos, como são?

Sérgio Martinez – Realmente, os efeitos de um grupo econômico como os Estados Unidos, que barrou o comércio com Cuba, foi algo fundamental. Todo mundo compra e vende para os Estados Unidos. E eles ameaçam, sancionam todos os países para que não negociem conosco. Só para dar um exemplo, estamos proibidos de utilizar o dólar como moeda em nossas transações internacionais. Só na troca de moeda, nós temos que adicionar cerca de 5% a mais no preço que cobramos em nossos produtos. Muitas empresas quando vendem a Cuba, normalmente um produto que você encontra num preço x no mercado internacional, vendem para nós por cerca de 15% a mais do que a outros mercados. Esse é um preço que essas empresas cobram por vender a Cuba, porque sabem que podem ser sancionadas. E não estamos falando de empresas americanas, mas de empresas holandesas, francesas, alemãs... então isso é o que significa o bloqueio para nós. Isso faz com que nossa situação financeira não seja completa.

Isso se aplica até nas exportações? E o que Cuba mais exporta hoje?

Sérgio Martinez – Hoje, Cuba fundamentalmente exporta o setor de serviços e agora, a partir do desenvolvimento científico de nosso país, a nossa tecnologia. Por exemplo, para o Brasil nós exportamos um grupo de produtos para o tratamento de diferentes tipos de câncer. Exportamos vacinas, determinados produtos para tratamento de hepatite, malária etc. Aqui no Brasil, temos ainda uma parceria: nós damos nossa tecnologia e o Brasil fabrica e exporta vacinas aos países africanos através de um convênio com a Organização Mundial da Saúde. Então, independente das dificuldades, isso não impede que o país alcance um nível de crescimento modesto, 1%, 2%, a partir das condições que temos. Nós agora estamos num processo importante de incentivar a produção de alimentos em Cuba e também estamos tendo apoio do Brasil para o desenvolvimento da produção de soja, por exemplo, através da Embrapa. Estamos entregando terras, como uma nova revolução dentro da Revolução, para dar algumas formas de incrementar a produção agrícola. Nós importamos quase 70% dos alimentos que o país consome. E com essas importações, sustentamos todos os hospitais, centros de trabalho. Em Cuba, em nosso sistema de educação, todos os alunos almoçam na escola de graça, não pagam um centavo, e muitos ainda têm a merenda. No Centro de Trabalho se paga 0,50 centavos de peso cubano por uma refeição completa. Os trabalhadores têm um almoço todo dia por menos de 0,01 centavo/dólar.

O que tem chamado muita atenção em Cuba é a questão da educação. No Brasil, temos muito respeito pelos médicos de Cuba. Queria que você comentasse qual o impacto político dessa preocupação com a educação, já que apesar de sofrer todo o tipo de bloqueio, Cuba tem projeto para “exportar”, como o projeto de alfabetização e dos médicos de Cuba. Você pode nos falar um pouco sobre o projeto “Sim, eu posso”?

Sérgio Martinez – A educação é a base fundamental para a sociedade. Sem educação não se consegue desenvolvimento. Uma das primeiras medidas da Revolução Cubana foi o desenvolvimento da campanha da alfabetização. Depois, fomos a um segundo estágio: que toda a população tivesse pelo menos a educação primária. Depois fomos a outro passo para que todos tivessem pelo menos a educação secundária, e agora nossa proposta é que consigamos o maior número possível de pessoas com educação superior. O que fizemos? Levamos o centro universitário até onde vivem as pessoas que por algum motivo não seguiram estundando. As escolas primárias, à noite, se convertem em universidade. Nós estamos desenvolvendo um programa para a pessoa que abandonou os estudos por determinadas razões e incentivamos para que essa pessoa estude e chegue até a universidade. Pessoas que estão na prisão também têm incentivo para voltar a estudar e quem se destaca tem uma redução na pena e sai da penitenciária muito mais preparado para se reintegrar à sociedade. Um ponto que nos destaca é a informática. Há uns seis anos temos uma universidade para o ensino de informática que todos os anos gradua dez mil estudantes. Agora o projeto “Sim, eu posso” é um projeto que já tem vários anos, e foi desenvolvido em Cuba para alfabetização. Começou na Nicarágua, nos anos 80, final dos anos 70, mas não com esse nome. Depois esse projetou se estendeu a alguns países da América Central, Caribe, América do Sul; o curso, hoje, existe em mais de dez idiomas e é reconhecido pela Unesco. O método está sendo desenvolvido no Haiti – milhares de haitianos estão sendo alfabetizados através desse método e nosso governo cubano facilitou uma equipe técnica que está fazendo o possível para que o projeto possa chegar ao maior número de pessoas. Aqui no Brasil, começou com experiências com o governo, se estendendo aos estados, através de parcerias com movimentos sociais, com governos municipais. Assinamos até um convênio entre o Ministério da Educação de Cuba e a Secretaria de Pesca para se aplicar o método em colônias de pescadores. É uma pequena contribuição que nosso país dá.

Por último, você poderia esclarecer o que está acontecendo em Cuba com relação aos presos políticos? Nós, aqui no Brasil, só temos acesso à visão da grande mídia, então seria interessante se você, de Cuba, pudesse dizer como está a situação.

Sérgio Martinez – No primeiro caso, (militante Orlando Zapata Tamayo, morto após 86 dias de greve de fome, dia 23/2) foi uma distorção. Bem, o segundo (o sociólogo e jornalista Guillermo Fariñas) não está preso, está livre, em casa, e não é a primeira vez que decidiu usar esse método (greve de fome) para fazer determinada pressão por coisas que ele pleiteia. Essa é uma campanha que não é só contra Cuba. Trata-se de uma campanha dos grandes centros, do Império, contra todas as forças progressistas e de esquerda atuais. Quando você abre os grandes jornais, não só na mídia aqui no Brasil, mas em outros países – nos EUA e na Europa – vê que a campanha não é só dirigida contra Cuba, mas contra a Venezuela, a Bolívia, o Equador, contra os movimentos sociais aqui no Brasil, contra tudo que vá contra os ricos e os que têm mais privilégios no nosso mundo. Por que é importante lutar contra isso? Porque é uma campanha contra tudo que nós defendemos e por isso é importante a unidade. A direita sempre está unida. Se você pega O Estado de São Paulo, Folha, Globo, Veja, você não vê nenhuma diferença. Hoje há um movimento dos países latino-americanos, do terceiro mundo, favorável à integração, a dizer um furioso “Chega!”. E nosso momento agora é caminhar juntos. Agora vai acontecer uma 2ª Cúpula dos Países da América Latina e do Caribe, a criação de uma organização dos nossos países, defendendo outra ordem econômica internacional. E Cuba faz parte desse movimento. No caso de Cuba, se tem utilizado esse incidente (a morte de Zapata), que é lamentável – qualquer perda de vidas humanas é lamentável. Falaram que esta pessoa era um prisioneiro político. Tudo isto é uma falsa manipulação da realidade! Essa pessoa estava detida e foi processada por cometer delitos criminais. Hoje em dia estão presas poucas pessoas em Cuba, mas essas pessoas não estão presas por falarem o que pensam ou por terem uma opinião contrária à grande maioria de nosso povo e ao governo, e sim por atuar contra os interesses de nosso povo. Estão presas por servirem aos interesses de uma potência (EUA) que, emprega 100 milhões de dólares anuais contra Cuba. Essa é a realidade que enfrentamos hoje, nós somos um país que tem que enfrentar todas as forças (imperialistas) e fazemos de tudo para procurar derrotá-las.
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras
 

Versão em PDF

Edição Nº 1126 de 22 a 27 de março de 2010

Edições Anteriores

Clique aqui para visualizar todas as edições do Tribuna Bancária
 
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO CEARÁ
  

 

Android cihazlariniz icin hileli apk indir adresi artik aktif bir sekilde hizmet içerir.
seks sohbet yapabileceginiz birbirinden guzel bayanlar telefonun ucunda sizleri yorumu. Üstün hd seks porno videolari itibaren bulunmakta.
Kayitli olmayan kileriler bilinmeyennumara.me isim soy isim sekilde sms ile bilgilendir.
Profesyonel ekip davul zurna istanbul arayan kisilerin kesinlikle kiralama yapabilecegi en guzel sitesi. Programsiz ve basit mp3 müzik programı sizler icin sitemizde bulunmaktadir.

Rua 24 de Maio 1289 - Centro - Fortaleza - Ceará CEP 60020-001 (85) 3252 4266/3226
9194 - bancariosce@bancariosce.org.br

 

porn izle - sohbet telefon - sohbet hatti - porno - porno film
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
  www.igenio.com.br