Enquanto gasta milhões de reais na campanha de marketing “Vamos jogar bola”, o Itaú Unibanco esconde a verdadeira face da instituição para os clientes e o Brasil. Quem vê a propaganda na mídia não imagina a dura realidade vivida pelos funcionários.
Para denunciar como o Itaú pisa na bola com os trabalhadores, a Contraf-CUT, federações e sindicatos realizaram nesta quarta-feira (23/5) um Dia Nacional de Luta, com protestos nas agências e concentrações do banco contra as demissões, a rotatividade, o assédio moral, as metas abusivas, as condições precárias de saúde, segurança e trabalho, e a terceirização. O Sindicato dos Bancários do Ceará paralisa durante todo o dia as agências do banco no centro da cidade.
No primeiro trimestre, o banco bateu outro recorde ao obter lucro líquido de R$ 3,4 bilhões. No entanto, seguiu demitindo e ainda fechou 1.964 postos de trabalho, uma redução de 7,4% em relação ao mesmo período ano passado, o que acumula um corte de 7.728 vagas nos últimos 12 meses.
Jogo feio da rotatividade – Segundo dados do Dieese, o Itaú possuía 104.022 funcionários em março de 2011, diminuiu para 98.258 em dezembro e reduziu para 96.204 em março de 2012. Enquanto isso, outros bancos geraram empregos. Conforme a Pesquisa do Emprego Bancário, elaborada trimestralmente pela Contraf-CUT e Dieese, com dados do Caged, os bancos estão mandando embora funcionários mais antigos com salários maiores e contratam novos pagando bem menos. A remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.430,57 em 2011, enquanto que a dos desligados foi de R$ 4.110,26, uma diferença de 40,87%. No ano anterior, a diferença era de 37,60%.
Não investir em segurança é gol contra – Como se não bastasse, o banco anda marcando gol contra a proteção da vida de bancários, vigilantes e clientes. Na reforma das agências, o Itaú Unibanco retirou a porta giratória com detectores de metais em cidades que não possuem lei municipal obrigando a instalação desse equipamento de segurança. Essa política de cortar investimentos em segurança aumenta o risco à vida das pessoas e torna vulneráveis os estabelecimentos do banco. Isso somente facilita a ação dos bandidos. |