A garantia de emprego é prioridade para o movimento sindical. O recado foi dado pela Contraf-CUT durante reunião ocorrida nesta quarta-feira (13/6) com o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, na sede do banco, na capital paulista. O encontro durou cerca de uma hora e havia sido solicitado através de cartas enviadas pelas duas entidades sindicais, após várias especulações divulgadas pela imprensa sobre uma possível venda da subsidiária brasileira do banco, diante da crise financeira na Espanha.
“Manifestamos a grande preocupação com o emprego dos 55 mil funcionários do banco e expressamos a necessidade de diálogo permanente com as entidades sindicais sobre a situação do banco e as medidas de gestão que envolvam os trabalhadores”, afirma Cordeiro.
Portela reiterou que “o banco não está à venda”, repetindo declarações já feitas à imprensa. “Ele manifestou ainda disposição de continuar dialogando com o movimento sindical sempre que necessário”, diz o presidente da Contraf-CUT.
Os dirigentes sindicais também demonstraram preocupação com o processo de concentração bancária no Brasil. O Brasil é hoje um dos países com maior concentração do sistema financeiro. Atualmente os seis maiores bancos detêm 81% dos ativos e 83% das operações de crédito, sendo que em 1999 os então seis maiores bancos detinham 59% dos ativos e 50% das operações de crédito.
A Contraf-CUT já pediu audiências ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Banco Central para discutir o problema da concentração bancária.
Venda responsável de produtos – Os dirigentes sindicais defenderam ainda a assinatura de uma declaração conjunta com o Santander que garanta a venda responsável de produtos financeiros, a exemplo do instrumento firmado com o Comitê de Empresa Europeu e válido para todos os países da zona do euro onde o banco atua. A reivindicação dos bancários está sendo discutida atualmente nas negociações com o banco para a renovação do acordo aditivo à convenção coletiva dos bancários. Portela ficou de analisar a proposta. |