A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram nesta terça-feira (10/7) o processo de negociação permanente com o Banco do Brasil, em Brasília. Um dos temas em debate foi a jornada de 6 horas para todos os funcionários.
O diretor de relações com funcionários e entidades patrocinadas do BB, Carlos Eduardo Leal Neri, apresentou a nova negociadora do banco, Aurea Faria Martins, que manifestou o desejo de começar as discussões da pauta específica, aprovada no 23º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, assim que as entidades sindicais fizerem as entregas das minutas à Fenaban e ao BB.
Entretanto, o banco afirmou que não vai negociar a implantação da jornada correta de 6 horas para todos os comissionados sem redução de salários, o que gerou indignação por parte da representação dos trabalhadores. A expectativa das entidades sindicais era a mesma de todo o funcionalismo que chegou a ouvir do próprio diretor do BB, Carlos Neri, em 2011, que o banco resolveria o problema da jornada.
Após uma mesa temática sobre jornada – com o objetivo de coleta de dados e informações entre as partes para posterior mesa de negociação –, ocorrida após a campanha de 2011, os trabalhadores esperavam que o banco cumprisse o compromisso público de resolver o problema e a afirmação de que a empresa não vai discutir o tema com a representação sindical é um total desrespeito ao processo negocial.
O banco disse que a jornada de 6 horas é tema de Plano de Comissões e que isto é estratégico e não discute em mesa de negociação. Além disso, o BB ressaltou que não discute questões ligadas ao plano de metas, arquitetura organizacional e de remuneração da empresa. O banco observou que isso não quer dizer que não possa apresentar ao movimento sindical a decisão sobre o tema, caso decida algo sobre a jornada mais adiante.
Sinergia BB e assédio moral – A Contraf-CUT pediu ao banco que informasse como estão os números do fechamento do semestre nas várias agências do País. O banco pediu que as entidades sindicais apontassem alguns dos problemas e assim foi feito: foco em metas individuais e carteiras, o programa muda a toda hora (três vezes neste semestre), a maior parte do País não cumpriu a etapa ouro (só cerca de 10%), não existem mais parâmetros para negociar qualquer eventual parcela adicional ao modelo básico de PLR da Fenaban na rede varejo. A Contraf-CUT já havia avisado isso ao banco em fevereiro deste ano.
Sobre assédio moral, os dirigentes sindicais relataram diversos casos como o descomissionamento de 23 gerentes de agência em MG, de maneira estranha. Também foi apontado o recente caso de assédio no Ceará, onde gerentes foram obrigados a assinarem “termos de compromisso” para cumprirem metas e que, se não cumprissem, seriam descomissionados por insubordinação. Após mais alguns exemplos, o banco informou que não compartilha com essas ocorrências. Mas o fato é que o Sinergia BB é um programa que inevitavelmente leva a situação de assédio moral, causando fraudes e irregularidades. |