A alta lucratividade dos bancos aponta cenário favorável para a Campanha Nacional dos Bancários 2012. A afirmação foi feita pelo economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Alexandre Ferraz, durante análise de conjuntura econômica dentro do Congresso do Sindicato dos Bancários de Brasília, no sábado, dia 7/7.
Mesmo com a grave crise econômica internacional, a margem de lucratividade dos bancos brasileiros tem sido superior à dos demais setores da economia. “Com o crescimento do emprego e da massa salarial no país, os bancos estão lucrando muito. Por isso, o cenário é bem favorável aos bancários. Além disso, a inflação sob controle, o grande aumento de capital do sistema financeiro, a expansão da base de clientes e a retomada do crédito corroboram para que os trabalhadores reivindiquem parte desses ganhos astronômicos”, disse.
Na visão do economista, a crise internacional de hoje é consequência da de 2008. “Isso porque os governos dos países centrais se endividaram ainda mais. A crise atual é nada mais do que os desdobramentos da de 2008”, avaliou. Apesar da lenta recuperação da economia norte-americana, a Europa não dá sinais de reação e passa por uma grave crise de confiança, analisou Ferraz. Ainda de acordo com economista, a desaceleração da economia chinesa também vem prejudicando os Estados Unidos e a Europa.
O economista ainda citou a política de valorização do salário mínimo como uma grande contribuição do movimento sindical para os trabalhadores brasileiros. “Além dos trabalhadores, a política de valorização do salário mínimo aquece a economia e cria novos empregos”, ressaltou.
Com validade garantida até 2015, a política de valorização do salário mínimo foi elaborada em 2007 pelo governo como consequência da mobilização e da pressão do movimento sindical e de sua capacidade de negociação. É resultado de quatro grandes marchas a Brasília, imaginadas, convocadas e organizadas pela CUT, que reuniram milhares de trabalhadores de todas as categorias e setores. Os aumentos reais que têm se sucedido conferiram ao salário mínimo o maior poder de compra das últimas duas décadas. O aumento real acumulado nos últimos oito anos é de 53%. |