Sindicalistas da CUT esperam retomar na próxima semana a pressão sobre o governo federal para chegar a um consenso em torno da isenção de Imposto de Renda sobre o pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). A leitura é de que a agenda cheia, com Rio+20 no meio das conversas, acabou atrapalhando, mas há disposição para retomar o debate.
Na última rodada de negociação, em 31 de maio, o governo apresentou às centrais sindicais proposta que isenta a PLR em até R$ 5 mil da cobrança de IR, com entrada em vigor a partir de 2013. A proposta desagradou as centrais, que reivindicam isenção até R$ 10 mil. O governo propôs alíquota de 7,5% para valores entre R$ 5 mil e R$ 7 mil; 15% para pagamentos entre R$ 7 mil e R$ 8 mil; 22,5% para R$ 8 mil a R$ 10 mil; e 27,5% para mais de R$ 10 mil.
Pela proposta dos trabalhadores, além da isenção para valores até R$ 10 mil, a cobrança ocorreria em 7,5% para pagamentos de R$ 10 mil a R$ 15 mil; 15%, entre R$ 15 mil e R$ 20.250; 22,5%, entre R$ 20.250 e R$ 25.312; e 27,5% para os demais. Os sindicalistas defendem que a isenção valha já para este ano.
Uma nova reunião estava agendada para 11 de junho, mas foi desmarcada pelo governo. O cancelamento foi alvo de críticas da CUT, que pediu, em nota, que a equipe econômica do governo trate a pauta dos trabalhadores com a mesma prioridade de medidas na área econômica.
Regras atuais – De acordo com as regras atuais, apenas valores de PLR até R$ 1.566,61 são isentos – a partir daí, sujeita-se a retenção de IR na fonte. Trabalhadores que recebem acima de R$ 3.911,63 – média de PLR obtida pelas categorias em acordo coletivo – já estão expostos à alíquota máxima, de 27,5%. Quem recebe PLR de R$ 4 mil, atualmente, paga R$ 376,05 de imposto na folha de pagamento, com 9,4% de alíquota efetiva.
A campanha pela não incidência de imposto de renda nos pagamentos a título de PLR foi lançada em novembro do ano passado pelos sindicatos de bancários, metalúrgicos e químicos ligados à CUT. |