Na abertura da terceira rodada de negociações da Campanha 2012, realizada na terça-feira, 21/8, com a Fenaban, em São Paulo, não houve avanços em relação às reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários sobre igualdade de oportunidades nas empresas. Na discussão sobre segurança bancária, os representantes dos bancos disseram que consultarão seus superiores sobre proposta do Comando de elaboração de projeto-piloto conjunto para prevenir assaltos e sequestros.
Segurança bancária - O Comando Nacional apresentou as principais preocupações da categoria com relação à segurança bancária, tema que interessa também aos vigilantes, aos clientes e à sociedade. Os representantes dos bancários mostraram os dados da 3ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Contraf-CUT, com apoio técnico do Dieese, a partir de notícias da imprensa, estatísticas de Secretarias de Segurança Pública (SSP) e os levantamentos de sindicatos e federações de vigilantes e bancários.
Segundo a pesquisa, os ataques a bancos cresceram 50,48% no primeiro semestre de 2012 e atingiram 1.261 ocorrências em todo País, uma média assustadora de 6,92 por dia. Desses casos, 377 foram assaltos (inclusive com sequestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, e 884 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. No mesmo período do ano passado, foram registrados 838 casos, sendo 301 assaltos e 537 arrombamentos.
Os representantes dos bancários também lembraram que já houve 27 assassinatos em assaltos envolvendo bancos, na sua maioria em "saidinhas de banco", no primeiro semestre de 2012. Em todo ano passado foram 49 mortes em todo País.
Para combater essa insegurança, o Comando Nacional defende a proibição da guarda das chaves e acionadores de alarmes para evitar sequestros, fim do transporte de numerário por bancários, instalação de equipamentos como a porta giratória e medidas de prevenção contra assaltos, sequestros e extorsões, estabilidade ao empregado vítima desse tipo de violência, além de adicional de risco de morte de 30% do salário para quem trabalha em agências, postos e áreas de tesouraria.
No primeiro semestre, os cinco maiores bancos lucraram R$ 24,6 bilhões e aplicaram R$ 1,5 bilhão em despesas de segurança e vigilância, o que representa somente 6% em comparação aos lucros.
Cobrou-se também o fim da discriminação contra vigilantes que em diversos estados não podem utilizar o espaço de refeição de agências no horário do meio-dia para almoçar, segundo denúncia da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV). Reportagem da TV Goiânia divulgada no site da Contraf-CUT mostra vigilantes almoçando no banheiro, ao lado de um vaso sanitário, de uma agência do Banco do Brasil. Os representantes dos bancos nada comentaram.
O Comando propôs a elaboração conjunta de um projeto-piloto, em cidade ou região a ser definida, para experimentar propostas dos bancários para a melhoria da segurança, como portas de segurança, biombos e fim da guarda das chaves por bancários e vigilantes, dentre outras demandas. Os negociadores da Fenaban se comprometeram a levar a proposta para apreciação dos bancos e que disseram que trarão uma resposta até o final da campanha nacional.
Igualdade de oportunidades - O Comando Nacional reivindicou da Fenaban a inclusão na Convenção Coletiva dos Bancários dos planos de ação dos bancos de combate às discriminações, elaborados a partir do Mapa da Diversidade. Defendeu também a realização de um novo censo na categoria para avaliar se as medidas em defesa da igualdade de oportunidades estão produzindo resultados. Os bancos, no entanto, recusaram todas as propostas. O Comando ainda propôs a inclusão dos planos de ação dos bancos na Convenção Coletiva, mas a Fenaban rechaçou a proposta, afirmando que isso "engessaria" as iniciativas das empresas.
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