Terça-feira, 18/9, primeiro dia de greve dos bancários em todo o País e o Ceará aderiu em massa ao movimento paredista. Sob a orientação do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), os trabalhadores cruzaram os braços e lacraram as agências bancárias na Capital e no Interior, como forma de pressionar por mais respeito às reivindicações. A greve foi decidida em assembleia dia 12/9 e continuará por tempo indeterminado.
De acordo com avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, o primeiro dia do movimento começou com “boa adesão”, que já é maior se comparada com a do primeiro dia de greve do ano passado. “A greve começa forte aqui no Ceará. Conversando com outros sindicatos por telefone, as informações são também de uma boa adesão no restante do País. E essa é a resposta dos bancários diante da intransigência dos bancos que criaram um impasse na negociação e empurraram os bancários pra greve”, afirma.
Clécio Morse, diretor do Sindicato, destaca a importância da unidade da categoria para fortalecer o movimento. “Precisamos da categoria junta, coesa. Bancos privados, públicos, todos juntos, para que a gente faça uma greve forte e que se paute, principalmente, pelo aspecto do papel social que os bancos podem e devem ter”, afirmou o sindicalista.
Também diretora do Sindicato, Elvira Madeira, em frente ao edifício sede da Caixa Econômica Federal, no Centro de Fortaleza, esclareceu a população sobre os motivos da paralisação. “Quero conversar especialmente com quem está passando na rua, com a população que é a principal clientela da Caixa. Dizer que nós bancários estamos em greve mais uma vez porque, mais uma vez, fomos colocados contra a parede, por não termos negociação, por não termos sido respeitados, por termos tido uma proposta mínima e porque nós lutamos por coisas muito maiores, que envolvem a dignidade do trabalhador bancário”.
Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato, frisa que a greve acontece por irresponsabilidade e ganância dos banqueiros. “Só no primeiro semestre deste ano, os principais bancos do País já colocaram no bolso, às custas do esforço dos bancários e da exploração da clientela, mais de 25 bilhões de reais. Em contrapartida, em vez de darem melhores condições de trabalho, melhores salários, mais contratações, o que a gente tem visto é o sistema financeiro encolhendo cada vez mais os postos de trabalho”. Ainda segundo o sindicalista, só o banco Itaú foi responsável por cortar mais de 9 mil trabalhadores no último ano.
Assembleia geral
Ainda nesta terça-feira, às 17h, na sede do Sindicato dos Bancários (Rua 24 de maio, 1289, Centro), acontecerá Assembleia Geral da categoria bancária para avaliação da greve.
As principais reivindicações dos bancários
● Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%).
● Piso salarial de R$ 2.416,38.
● PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
● Plano de Cargos e Salários para todos os bancários.
● Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.
● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.
● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral
● Mais segurança
● Igualdade de oportunidades.
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