Neste sétimo dia de greve, segunda-feira 24/9, os bancários do Ceará realizam um dia de resistência nos bancos privados. Bradesco, Itaú e Santander são os maiores bancos privados do País e, juntos, possuem voz decisiva nas negociações com a Fenaban. Além da intransigência na mesa de negociação, os bancos adotam práticas antissindicais na tentativa de enfraquecer o movimento grevista. O Sindicato dos Bancários do Ceará inicia a segunda semana de greve repudiando tais posturas e pressionando por mais respeito.
Na última semana, o Sindicato foi surpreendido por um interdito proibitório do Santander, que cerceava o direito de greve. A medida determinava que os sindicalistas estavam impedidos de abordar os seus funcionários e deviam portar-se a pelo menos 30 metros das agências do banco. Interpretada pelo movimento sindical como prática antissindical, a liminar foi derrubada na sexta-feira, 21/9, por um mandado de segurança impetrado pelo departamento jurídico do Sindicato. Uma vitória dos trabalhadores do Ceará frente à arrogância dos banqueiros.
Contra a arrogância – “Cassamos a liminar e, além disso, estamos repudiando a postura dos banqueiros na mesa de negociação. O Comando Nacional mostrou disposição para negociar, no entanto, os banqueiros mantêm a postura de não negociar. Então, a partir dessa semana, vamos fechar e lacrar as agências do Santander no Ceará”, afirma Eugênio Silva, diretor do Sindicato e funcionário do Santander. De acordo com ele, 20 agências do banco estão paralisadas em Fortaleza e na região Metropolitana.
Repúdio no Itaú - No Itaú, a situação também é de repúdio. De acordo com denúncias recebidas pelos diretores sindicais, o banco está enviando mensagens ameaçadoras, via GSO Fortaleza, chantageando os funcionários e incentivando-os a confrontar o Sindicato, entrar nas agências e trabalhar. Ribamar Pacheco, diretor o Sindicato e funcionário do Itaú, configura a prática como “criminosa”. “Queremos denunciar o banco que, de forma criminosa, tem incitado os companheiros a enfrentar os sindicatos e a greve, que é pacífica e constitucional”, afirma o diretor, acrescentando que somente em Fortaleza estão fechadas 25 agências do banco.
Radicalizar no Bradesco – No Bradesco, a ordem é radicalizar o movimento. “O silêncio da Fenaban nos últimos dias, em relação às negociações, só tem fortalecido mais ainda a mobilização dos bancários de todo o Brasil. E nós do Ceará, principalmente de Fortaleza, vamos buscar intensificar a mobilização no Bradesco, Itaú e Santander, os bancos que detêm o maior peso e que mais seguram na mesa de negociação”, diz Telmo Nunes, também diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco. Desse banco são cerca de 10 agências paralisadas em Fortaleza.
A categoria bancária está mostrando para os banqueiros, mais uma vez, a sua organização, sua força e seu poder de mobilização. Enquanto não for apresentada uma proposta decente e que atenda às principais reivindicações dos bancários, a greve não irá acabar.
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