Uma unanimidade negativa. Foi nisso que se transformou a Plataforma de Suporte Operacional do Banco do Brasil. Inúmeras denúncias chegam diariamente ao Sindicato dos Bancários relatando problemas como desrespeito à jornada de trabalho, exposição dos funcionários a falhas e fraudes, rodízios malucos e até pressão para que os bancários não utilizem direitos que constam em Convenção Coletiva tais como férias, abonos etc.
Diante dessa imensa lista de irregularidades e problemas, o Sindicato dos Bancários do Ceará realiza na próxima quinta-feira, dia 27 de dezembro, às 19h, na sua sede (Rua 24 de Maio, 1289 – Centro), uma reunião com caixas e gerentes de serviço incluídos na PSO para ouvi-los e deliberar sobre as medidas a tomar.
Caos desde o início – Desde a sua implantação, a PSO só tem causado problemas para quem trabalha na área de atendimento e também para clientes. No Ceará, o BB diminuiu a quantidade de trabalhadores no caixa e precarizou o atendimento gerando sobrecarga de trabalho e quebrando várias garantias que os trabalhadores do setor tinham. Já chegaram várias denúncias ao Sindicato citando casos de funcionários que trocam de local de trabalho durante o expediente. A Plataforma atinge 61 subordinados, todos em Fortaleza, sendo 37 agências e 24 PABS.
Entenda – O modelo PSO centraliza os caixas executivos e gerentes de serviço em uma dotação única por região abrangida, acabando com o vínculo desses funcionários com uma agência específica e permitindo o surgimento dos chamados “caixas flutuantes”, que podem atuar em qualquer unidade circunscrita naquela PSO.
O Banco do Brasil iniciou a implantação das PSO em 89 municípios que tenham mais de cinco agências, num total de 101 plataformas, abrangendo mais de 1.500 agências.
Em julho deste ano, o Sindicato se reuniu com os gerentes do PSO para apresentar todos os problemas que chegaram ao conhecimento da entidade sindical. Na ocasião, os diretores sindicais exigiram que as dotações da PSO fossem revistas e aumentadas. Os representantes do BB, por sua vez, garantiram realizar ajustes e se comprometeram a facilitar a locomoção dos gerentes de serviços, distribuindo-os em locais próximos as suas residências. O compromisso, porém, não está sendo cumprido.
O Sindicato orienta – “Não mascare o atendimento nos caixas, pois isso pode ser um tiro no pé; quantidade de autenticações podem ser causa para diminuir a quantidade de caixas; e não assumir o risco do Banco do Brasil, o banco é quem tem que ter o risco”, orienta o presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra.
Ele completa afirmando que a defesa do funcionário do BB é a Convenção Coletiva de Trabalho e o Acordo Coletivo de Trabalho, além da norma do banco. “Se os funcionários cumprirem as normas internas do banco e não aceitarem esses desmandos, o BB vai ter que reconhecer a falência desse modelo sectário de atendimento que divide funcionários e precariza o atendimento ao cliente”, analisa.
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20/12/2012
