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17/08/2010 |
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Edição Nº 1147 de 16 a 21 de agosto de 2010 |
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| ASSÉDIO MORAL |
Metas abusivas no Banco do Brasil resultam em morte de bancário |
Com quase trinta anos de trabalho no BB e perto de se aposentar, Luiz Carlos nunca esperava pelo que lhe aconteceu. De gerente administrativo da agência Assembleia, no Rio de Janeiro, foi descomissionado, perdendo a posição de segundo gestor da unidade para retornar ao cargo de escriturário. Além de uma perda salarial importante, o bancário sofreu com a humilhação de ser rebaixado. O motivo: não cumprimento de metas.
A vergonha e os muitos sentimentos negativos foram demais para o coração de 54 anos. O descomissionamento aconteceu numa quinta-feira. O fim de semana foi difícil, com um mal-estar constante. Na segunda-feira o estado de saúde de Luiz Carlos se agravou e, na terça, o bancário veio a falecer, vítima de um ataque cardíaco.
Os colegas ficaram indignados. O assédio moral imposto pelo BB acontece em todos os níveis, em função de metas de venda cada dia mais agressivas. É preciso vender cada vez mais, e os produtos a serem oferecidos são definidos por uma administração central sem considerar as especificidades de cada praça.
Em todo o País, bancários estão sofrendo com esta miopia da direção do banco e têm havido descomissionamentos e até demissões de trabalhadores que ainda estão na fase do estágio probatório. Temos notícia de que, só este ano, dois concursados foram demitidos. Os descomissioamentos também estão se tornando cada vez mais comuns
Uma manifestação foi realizada sexta-feira, dia 13/8 na agência de lotação do trabalhador morto e o coletivo do BB no município com adesão dos trabalhadores do interior do estado. Todos os bancários do BB no estado vestiram preto na sexta-feira, em sinal de luto pelo colega.
O assédio moral e as decisões arbitrárias acontecem em todo lugar. Só com a unidade teremos condição de pressionar o banco a dar um basta na violência organizacional que já chegou a matar um funcionário. Ou o BB para com o assédio moral, as demissões e os descomissionamentos, ou nós paramos o BB. |
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