Nesta segunda-feira, dia 1º de julho, o Sindicato dos Bancários do Ceará esteve na agência da Avenida Imperador do Banco do Brasil, em Fortaleza, e constatou o caos na unidade. Clientes aguardando atendimento sentados no chão há horas faz parte do cenário. A superlotação, além de denunciar a ineficácia da Plataforma de Suporte Operacional (PSO), coloca clientes e bancários em um cenário de completo desrespeito. O Sindicato acionou a Direção do banco e aguarda reunião para discutir a questão.
Durante visita à agência Imperador, o Sindicato flagrou uma fila com mais de 300 pessoas para serem atendidas por apenas três caixas. “A agência estava operando com o seu quadro completo. Às 15h30 haviam 308 clientes. Tinham pessoas com senhas de 11h20 da manhã. Boa parte deles eram idosos com dificuldade de locomoção”, relata Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato.
Segundo os dirigentes sindicais, 11 agências na capital cearense estão atuando, hoje, com o quadro incompleto. “Ou seja, a situação é pior do que na agência Imperador. Esse cenário de caos não é exclusivo daquela unidade. Na verdade, é uma situação identificada em todas as agências do Banco do Brasil”, denuncia o presidente, completando ainda que o Sindicato recebeu uma denúncia de que os caixas da agência Imperador estavam sem almoçar por conta da elevada carga de trabalho. Outro problema identificado diz respeito à segurança da unidade: a porta giratória com detector de metais não estava funcionando mesmo com a agência superlotada. A denúncia será encaminhada para os órgãos competentes.
O presidente do Sindicato destaca um fator que agrava o cenário: “a Prefeitura de Fortaleza concentrou os pagamentos para um só dia. Essa decisão talvez ajude algum setor próprio dela, mas os servidores municipais estão sendo atendidos como lixo bancário porque o Banco do Brasil não tem condições de garantir condições decentes de trabalho nem de atendimento. Os trabalhadores estão totalmente absorvidos, daí vem também problemas como extrapolação de jornada e desvio de função”.
“Escutamos dos colegas que, infelizmente, a norma do banco não permite que eles façam alguma coisa para resolver o problema. O que rege, hoje, é: a fila do caixa é problema do caixa. Mesmo querendo ajudar, os colegas não podem abrir outros caixas”, completa Carlos Eduardo. Segundo ele, o PSO veio com o propósito de acabar com as filas, mas está se mostrando ineficaz. “É uma tentativa de expulsar os clientes das agências. Além disso, criou-se um apartheid entre os funcionários do mesmo local de trabalho, entre os da área negocial e os do caixa, pois eles não podem se ajudar operacionalmente”.
O Sindicato entrou em contato com Miguel Falcão, gerente regional da PSO, responsável pelos caixas, para encaminhar as denúncias e os problemas identificados. A entidade conseguiu uma mesa de negociação com a Direção do banco em Brasília, com data ainda indefinida, para tratar da PSO – com a presença de um diretor da Dinop.
“Nós precisamos de mais caixas para respeitar a jornada de trabalho dos trabalhadores e as atribuições de suas funções, garantindo condição de atendimento e respeito aos clientes”, finaliza o presidente do Sindicato.
Correspondentes – Outra irregularidade identificada na agência Imperador, em Fortaleza, foi o descumprimento à Resolução 4035 do Banco Central que proíbe a atuação de correspondentes bancários nas dependências das agências. “Correspondentes bancários trabalham na área do autoatendimento da agência. Se existe um dispositivo de lei que proíbe a permanência deles no interior das unidades bancárias, temos que cobrar a efetiva fiscalização”, afirma José Eduardo Marinho, diretor do Sindicato.
A medida faz parte de uma antiga luta da categoria bancária pelo fim da terceirização e precarização do trabalho. O uso de correspondentes bancários serve para diminuir custos e aumentar o lucro dos bancos. “A nossa luta é que sejam contratados mais profissionais do quadro próprio dos bancos. Isso fortalece a categoria e garante mais segurança e qualidade no atendimento”, completa.
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02/07/2013
