O coração financeiro de Fortaleza parou na tarde de terça-feira, dia 2/10, para ouvir os trabalhadores bancários em greve desde o último dia 19/9. No 13º dia da paralisação nacional da categoria, os bancários tiveram o apoio de diversas categorias, como Correios (também em greve), metalúrgicos, asseio e conservação (Seeaconce), Sindsaúde, Construção Civil, rodoviários (Sintro), gráficos (Sintigrace), AFBNB, e ainda as centrais CTB, CUT e CSP Conlutas. A caminhada dos trabalhadores contra a intransigência dos banqueiros parou o trânsito na Av. Santos Dumont, na Aldeota, fazendo paradas estratégicas nas principais agências bancárias da região.
“Nós fizemos um movimento totalmente pacífico, pois nós somos de paz. Só queremos mostrar à população nossas reivindicações. Queremos mais segurança, mais bancários nas agências, a derrubada definitiva do projeto de lei da terceirização – o PL 4330, melhores condições de trabalho, entre outras demandas. É nas ruas, pressionando os banqueiros, que vamos arrancar uma negociação e uma proposta digna”, informou o diretor de Imprensa do Sindicato, Marcos Saraiva.
O presidente do SEEB/CE, Carlos Eduardo Bezerra, ressaltou que, diante da absurda lucratividade, os banqueiros têm totais condições de atender os bancários em suas reivindicações. “Nós estamos mostrando para esta cidade que o trabalhador tem sua voz e sua vez e vem pra luta contra os banqueiros para que avancemos em nossos direitos. O próprio Banco Central atesta que o sistema financeiro é um dos mais saudáveis e em condições de garantir desenvolvimento, mas não o faz para concentrar renda e ainda se recusa a atender as reivindicações dos trabalhadores, entrando na contramão da distribuição de renda no País”.
Já o diretor Gabriel Motta denunciou que a irresponsabilidade, a truculência e o silêncio dos banqueiros não prejudicam só a categoria, mas principalmente os clientes e usuários. “Nossa luta não é só por salários, mas também para prestar um serviço digno à sociedade. Ao invés de negociar conosco, os banqueiros têm se empenhado em defender o PL 4330, que retira direitos e precariza o trabalho. Por isso, estamos nas ruas: para dar nosso recado aos patrões, mostrando uma grande resistência para avançarmos nas nossas conquistas”.
A diretora do Sindicato e funcionária do BNB, Rafhaella Castro, cobrou do governo federal uma postura sobre as irregularidades no banco. “Além de mostrarmos nossas reivindicações, estamos aqui para dizer que não podemos admitir que um banco de desenvolvimento tenha mantido em sua diretoria pessoas acusadas de corrupção. Precisamos que o Banco escute a voz dos trabalhadores e abra os olhos para nossas demandas. Precisamos fortalecer ainda mais nossa greve para mostrar nossa força e nosso valor aos banqueiros”, convocou.
Encerrando a caminhada, os bancários fizeram um apitaço ao fechar o principal cruzamento da Aldeota, nas Avenidas Santos Dumont com Desembargador Moreira.
A partir das 17h desta quarta-feira, 2/10, na sede do Sindicato, os bancários realizam uma assembleia para avaliar os 14 dias de greve.
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