Perseguição a grevistas, condições de trabalho, emprego e segurança foram os quatro temas centrais da reunião do Fórum Sindical com o Banco do Brasil, que aconteceu na última sexta-feira, dia 7/2. Participaram do encontro o Sindicato dos Bancários do Ceará, a Superintendência Estadual do banco no Ceará e a Gestão de Pessoas. Na ocasião, os dirigentes sindicais encaminharam diretamente ao Superintendente Eloi Medeiros questões que têm causado problemas ao funcionalismo.
Perseguição a grevistas – “Eu não trabalho com grevista”. Foi com esta resposta que o Superintendente Regional, Firmino Rocha, recusou a nomeação de um funcionário que estava classificado em terceiro lugar na lista de uma concorrência para nomeação de função. O caso ilustra de forma emblemática o cenário de prática antissindical no BB, que tem preterido e vetado funcionários qualificados em detrimento de um direito constitucional e cidadão. Na situação citada, para agravar o desrespeito às normas, o funcionário nomeado não estava, no primeiro momento, entre os inscritos na concorrência.
Na reunião, o banco garantiu que a orientação é de cumprimento do normativo e que o que vale é a meritocracia. Nas palavras de Eloi, “o bom profissional sempre terá espaço na empresa”. O Sindicato, porém, reforçou as denúncias relatando casos semelhantes de perseguições a funcionários grevistas e cobrou soluções.
“A resposta do banco destoa do que ouvimos dos colegas nas agências. Os critérios utilizados nas nomeações degeneram a meritocracia nas agências. Além disso, a norma não prevê relação entre comissionamento e o direito de greve”, afirmou o presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra.
Metas – Mais uma vez, o Sindicato denunciou a cobrança abusiva de metas e o assédio moral que tem refletido negativamente nas relações de trabalho e gerado um clima de tensão nas agências. Foi alertado que gestores continuam enviando mensagens SMS, para cobrar metas e resultados, fora do horário de trabalho dos funcionários – o que é proibido no acordo aditivo.
O banco afirmou não compactuar com tais práticas e pediu a colaboração do Sindicato nas denúncias. “O clima no Ceará é o quinto pior do País, isso é reflexo das péssimas condições de trabalho no banco”, disse Carlos Eduardo.
Segurança – Os dirigentes sindicais cobraram o cumprimento da Lei de Segurança Bancária de Fortaleza e registrou a falta de biombos, divisórias e câmeras de segurança externas de algumas agências. O Sindicato alertou ainda que haverá novas fiscalizações em breve e que as multas podem chegar a seis milhões de reais. O banco comunicou, por sua vez, que a Reseg irá realizar cursos de qualificação para funcionários sobre medidas de segurança.
Emprego – O Sindicato registrou os transtornos causados pela falta de funcionários nas agências, como sobrecarga de trabalho, adoecimentos, superlotação e atendimento prejudicado, e cobrou mais rapidez na convocação dos concursados. O banco reconheceu a morosidade do processo e anunciou a posse de 13 novos bancários para o Ceará no próximo dia 17/2.
Condições de trabalho – Graves problemas estruturais de agências, como nos ar condicionados e banheiros, foram relatados pelos dirigentes sindicais. Foram destacadas as situações das cidades cearenses de Paracuru, Potengi, Nova Olinda, General Sampaio, Icó, Mauriti, Barro, Porteiras, além das agências Praça dos Correios e Praça do Carmo em Fortaleza.
A Superintendência informou que, até o meio do ano, irá visitar todas as unidades do banco no Ceará para detectar os principais problemas estruturais e informou que está trabalhando para dar mais celeridade à solução dessas questões. O Sindicato questionou sobre possíveis mudanças com um projeto BB 2.0 ainda em 2014, sendo informado de que não há nenhuma definição sobre o assunto.
Ainda sobre estrutura, o banco reforçou que cada unidade possui uma verba mensal, livre de licitação, para ser utilizada com as chamadas “despesas de pequeno vulto”. Segundo o banco, ainda há desconhecimento dos gestores sobre o uso dessa verba, que daria uma resolução mais rápida para certos problemas de ambiência. A Super informou que irá elaborar uma cartilha sobre o tema para orientar os gestores. O Sindicato pretende agendar uma reunião com a Genop para debater o assunto.
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