Cerca de 200 bancários se reuniram neste final de semana para a Conferência Regional do Nordeste, realizada em João Pessoa. O evento é uma das etapas preparatórias da Campanha Nacional 2014. Em cada etapa regional, são definidas as reivindicações e estratégias que serão levadas à Conferência Nacional, que acontece no final de julho, em São Paulo, quando será fechada a pauta e a estratégia de mobilização.
O presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo, ressaltou a necessidade da unidade dos bancários e reforçou a urgência de uma pauta ousada para uma campanha salarial vitoriosa. "O momento de greve é um momento de luta. Bancário tem que estar nas ruas e não apenas a agência fechada", pontuou.
Depois de dois dias de palestras e debates, os participantes saíram do encontro com a certeza de que é preciso extrapolar a discussão corporativa.
7,5% de aumento real - Na discussão sobre remuneração, por exemplo, insere-se o debate sobre redistribuição da renda do grupo econômico que mais lucra no país: os banqueiros. Os bancários nordestinos levam para a Conferência Nacional a reivindicação de um índice de 7,5% de aumento real.
A discussão sobre remuneração é, no entanto, apenas uma das pontas que se revelam da organização do trabalho. As reestruturações e mudanças que afetam a categoria (com introdução de tecnologias e segmentação de agências); a discussão sobre emprego (terceirização, rotatividade, correspondentes bancários); o debate sobre condições de trabalho (metas abusivas, assédio moral, adoecimento)... todos estes pontos foram analisados como partes de um mesmo sistema.
Para os participantes, ficou a certeza de que a regulamentação do sistema financeiro e a redefinição dos papéis dos bancos públicos são essenciais para que se mude a forma de organização do trabalho nos bancos. Ao mesmo tempo, para que se garanta avanços nestes pontos, é preciso haver, entre outras coisas, reforma política e democratização dos meios de comunicação.
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