Uma manifestação em frente à agência do Santander da Av. Santos Dumont, em Fortaleza, organizada pelo Sindicato dos Bancários do Ceará na terça-feira, dia 27/4, reuniu bancários para protestar contra as demissões de funcionários e a política de arrocho que adoece os trabalhadores. Os bancários cobram o fim das demissões e exigem mais contratações, fim do assédio moral e das metas abusivas. A atividade fez parte da Jornada Nacional de Luta, iniciada no último dia 13/5 em todo o País.
O diretor do Sindicato e funcionário do Santander, Ailson Duarte, denunciou a política de arrocho e demissões no Santander em todo o País. “Já foram feitos vários atos com a intenção de pressionar o banco para, ao invés de fechar agência (em Fortaleza está previsto o fechamento de duas unidades), que o Santander possa contratar mais funcionários para atender sua clientela e acabe com o assédio moral e a cobrança de metas cada dia mais abusivas”, destacou.
Segundo Eugênio Silva, diretor do Sindicato e funcionário do Santander, “o banco demitiu de janeiro a abril deste ano, 15 bancários em Fortaleza e eliminou 970 postos de trabalho em nível nacional. Isso reflete no atendimento à população. O banco demite, reduz o quadro, mas as metas continuam as mesmas, aumentando a sobrecarga dos que ficam. Essas demissões prejudicam tanto os trabalhadores, como os clientes, bem como afeta os resultados do banco, líder em reclamações no Banco Central”.
O dirigente denuncia ainda que as agências estão lotadas por conta da política de demissão e não contratação de novos funcionários. “O cliente precisa reclamar junto aos canais do Santander e do Banco Central e pressionar pela contratação de mais bancários, pois as péssimas condições de trabalho estão adoecendo os funcionários com síndrome do pânico, depressão, ansiedade etc”, disse.
Cruel aumento de metas – Os diretores do Sindicato, Gustavo Tabatinga e Bosco Mota, ambos funcionários do Banco do Brasil, protestaram contra essa política de demissões e do exaustivo e cruel aumento de metas do Santander. Exploração pura. “Sob ameaça, os que ficam passam a vender produtos desesperadamente para garantir seu posto de trabalho. O pior é que o Santander envia todo esse lucro para a Espanha, onde não há demissões como aqui no Brasil”, denunciam.
Para Robério Ximenes, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, “mais uma vez estamos protestando contra essa política que assola o País, envolvendo o sistema financeiro, com seus lucros exorbitantes. Os bancos são os que mais acumulam riqueza no Brasil e é quem mais explora seus trabalhadores. Os bancos estão demitindo, prestando péssimo serviço à população, mas continuam cobrando juros e tarifas exorbitantes dos clientes. É preciso denunciar”.
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“Vamos continuar pressionando o Santander a parar de demitir, abrir diálogo com o movimento sindical e mudar sua forma de gestão no Brasil, principalmente em relação à política de recursos humanos”
Eugênio Silva, diretor do Sindicato e funcionário do Santander
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