O sistema financeiro nacional fechou 3.392 postos de trabalho nos primeiros dez meses de 2014. Os dados são da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada no dia 19/11, pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No total, 18 estados apresentaram saldos negativos de emprego entre janeiro e outubro de 2014. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 1.068, 775, 646 e 529 cortes, respectivamente. O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 271 novas vagas.
Apesar dos lucros gigantescos, os bancos brasileiros, principalmente os privados, seguem eliminando postos de trabalho em 2014, a exemplo do ano passado, o que é injustificável para um setor onde somente os seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) lucraram R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 44,0 bilhões até o terceiro trimestre deste ano, ostentando os maiores índices de rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional.
Rotatividade achata salários
De acordo com o levantamento Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta de janeiro a outubro de 2014. Os bancos brasileiros contrataram 28.385 funcionários e desligaram 31.777. A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros oito meses do ano foi de R$ 3.356,47 contra o salário médio de R$ 5.279,83 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio equivalente a 63,6% da remuneração dos que saíram.
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