A terceira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, nesta quarta-feira (24), na Capital Paulista, foi marcada pela frustração da categoria, já que a Federação Nacional dos Bancos não apresentou nenhum avanço no debate das revindicações dos trabalhadores. Outra rodada já está marcada para 29 de agosto, data em que Fenaban se comprometeu a trazer uma resposta global às reivindicações. Mas diante da postura dos bancos, apresentada na reunião de ontem, o Comando Nacional dos Bancários orienta reforço nas mobilizações das bases sindicais.
Os eixos centrais da campanha são: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização. Além da defesa das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora, ameaçados pelo governo interino de Michel Temer.
Durante a reunião desta quarta, a Fenaban afirmou que os bancos remuneram mais do que outros setores, e que o piso dos caixas, por exemplo, é superior ao salário médio do país. Os bancos avaliaram que o reajuste precisa ser analisado com muito cuidado, para que consigam garantir emprego, e ainda jogaram com a expectativa de inflação mais baixa para tentar justificar a falta de disposição em valorizar os funcionários e atender às reivindicações.
“Nesta argumentação os bancos ocultam que estamos negociando com o setor que mais lucra. Entre 2003 e 2016, por exemplo, os lucros cresceram mais de 150%, enquanto a remuneração média dos bancários cresceu só 14,9%, abaixo do crescimento do ganho real acima da inflação, que foi cerca de 16%. Mas o nosso debate não é só sobre números, temos uma série de outras reivindicações importantes, como emprego, saúde, segurança, igualdade de oportunidades. Queremos que os 128 artigos da nossa pauta de reivindicações sejam considerados,” afirma Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.
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