Após nove rodadas de negociação, a Comissão Executiva dos Empregados e os representantes do Santander chegaram a um consenso para a renovação do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), no dia 22/11, em São Paulo. “Conquistamos reajustes no PPRS, nas bolsas de estudo e avançamos com uma cláusula nova, que garante o parcelamento do adiantamento das férias.
São reivindicações importantes para os empregados que estão sendo atendidas”, avalia a coordenadora da COE e diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Maria Rosani. O aditivo, assim como o acordo fechado com a Fenaban (federação dos bancos) na Campanha 2016, terá validade de dois anos: 2016 e 2017.
Bolsas de estudo
Os trabalhadores conquistaram a correção das bolsas de graduação e pós pelo índice da Fenaban: 8% em 2016 e, em 2017, INPC mais 1% de aumento real. “É importante ressaltar que os funcionários do Santander têm direito a um total de 2.500 bolsas, sendo 2 mil para graduação e 500 para pós, e que isso foi conquista da mobilização dos trabalhadores junto a seus sindicatos. E essas bolsas são concedidas mediante critérios sociais como maior tempo de casa, menor salário e maior número de dependentes. Ou seja, não fica a critério do gestor”, destaca a dirigente.
PPRS
O Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS) terá reajuste de 9,13% em 2016, que equivale a R$ 2.200. Em 2017, o programa terá a correção da inflação (INPC) mais 1% de aumento real.
O acordo garante que todos os bancários do Santander receberão R$ 2.200 de PPRS referente ao ano de 2016 (o crédito é em março de 2017). Já os trabalhadores que são elegíveis à remuneração variável (o que ganham pelo cumprimento de metas acordadas com o banco) receberão o valor que for maior. Por exemplo, se pelos programas próprios de remuneração variável ele receberia R$ 1.500 em 2016, passa a receber os R$ 2.200 do PPRS. Mas se sua remuneração variável corresponde a R$ 5 mil, receberá os R$ 5 mil. “O importante é que esses R$ 2.200 já estão acordados no aditivo, ou seja, ninguém receberá menos que isso”, explica Maria Rosani. “E vale lembrar: nenhum programa de remuneração variável do Santander é descontado da PLR da Fenaban”, acrescenta a dirigente.
Férias
Em nova cláusula, o aditivo garante aos trabalhadores do Santander o parcelamento, em até três vezes, do adiantamento das férias, caso façam essa opção. “Foi uma conquista importante, pois evita que o bancário receba o holerite zerado no mês seguinte às suas férias”, diz Rosani.
Metas
Maria Rosani destaca, entretanto, que não chegaram a avanços sobre questões relativas a condições de trabalho, que estão diretamente relacionadas às metas. “Mas são questões que serão debatidas em uma mesa já agendada para dezembro, em dia a ser definido. Essa reunião foi acertada durante a rodada do aditivo, portanto, pode ser considerada uma conquista das negociações”, avalia Rosani.
A dirigente informa que nessa mesa serão discutidos problemas como as campanhas de vendas que são criadas a qualquer momento, e que concorrem com as metas já contratadas. “O trabalhador fica enlouquecido porque além de bater as metas da remuneração variável, tem de bater as das campanhas. Isso gera adoecimento e assédio moral, portanto, temos de encontrar soluções para isso.”
Rosani relata que os fóruns de Saúde e da CRT, espaços permanentes de negociação com o banco, continuarão a ocorrer. “A negociação do aditivo foi encerrada, mas esses espaços garantem negociação constante com o banco ao longo do ano.”
Renovadas
Serão renovadas todas as demais cláusulas do acordo, além de todos os termos de compromisso como o de Relações Laborais e Prestação de Serviços Financeiros/Boas Práticas, e o da Cabesp e Banesprev, que garante o patrocínio do banco nessas entidades.
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